Vaticano: Papa incentiva jovens a dedicar a «vida por causas nobres»

Francisco contesta «cultura do consumismo, do narcisismo»

Cidade do Vaticano, 10 mai 2016 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje aos jovens que “olhem o horizonte” e que a “insatisfação” seja preenchida pela voz do Espírito Santo que “os obrigue a ‘gastar’ a vida por causas nobres” na “alegria” do anúncio do Evangelho.

“Gostaria de dizer aos jovens de hoje que não se sentem à vontade – ‘mas, não estou muito feliz com esta cultura do consumismo, do narcisismo…’ ‘Olhem o horizonte! Olhem para os nossos missionários!”, disse Francisco, na homilia da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.

O Papa incentivou os jovens a pedir ao Espírito Santo que “os obrigue a ir para longe, a ‘gastar’ a vida”, mesmo reconhecendo que “é uma palavra um pouco dura” observou que “a vida vale a pena ser vivida”.

“Mas para vivê-la bem, ‘gastá-la’ no serviço, no anúncio, e ir em frente. Esta é a alegria do anúncio do Evangelho”, observou.

A homilia foi inspirada numa passagem dos Atos dos Apóstolos (20,17-27), aquando da despedida de São Paulo da comunidade de Mileto e da sua partida para Jerusalém, numa evocação da “vida dos missionários de todas as épocas”.

“Partiam obrigados pelo Espírito Santo: uma vocação! E quando, nesses lugares, vamos ao cemitério e vemos suas lápides, muitos morreram jovens, com menos de 40 anos”, desenvolveu Francisco.

O Papa comentou que esses missionários morreram jovens porque “não estavam preparados para suportar as doenças locais” e deram a sua vida jovens, ou seja, “gastaram’ a vida” e naquele “último momento” acredita que longe de todos tenham dito: ‘O que eu fiz valeu a pena”.

Citando a despedida da vida de São Francisco Xavier, narrada pelo escritor e poeta espanhol José María Pemàn, Francisco assinala que o missionário sabe que a vida “não será fácil” mas avançou.

Segundo o Papa, os missionários são os “heróis da evangelização” da atualidade e recordou que a Europa “encheu de missionários outros continentes” que partiam sem voltar por isso considera justo “agradecer ao Senhor pelo seu testemunho”.

“É justo que nós nos alegremos por ter esses missionários, que são testemunhas verdadeiras”, sublinhou Francisco, numa intervenção divulgada pela Rádio Vaticano.

CB

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