Papa: Falta um «impulso missionário» que contrarie atual «cultura do descarte»

«Como é que os cristãos vivem hoje a sua fé?», questionou Francisco durante a audiência pública com os peregrinos

Cidade do Vaticano, 04 mai 2016 (Ecclesia) – O Papa criticou hoje no Vaticano a “cultura do descarte” que domina o mundo, desafiando os cristãos a contrariarem o contexto atual através da proximidade para com os mais “abandonados”.

Durante a audiência pública desta quarta-feira com os peregrinos, na Praça de São Pedro, Francisco salientou que uma comunidade cristã “não pode viver fechada” em sim mesma, pois assim a sua ação não produz quaisquer frutos.

“Como vivemos a nossa fé?”, questionou o Papa argentino, para quem o cristão deste tempo tem de ser à imagem da parábola do Bom Pastor, “que deixou 99 ovelhas sozinhas no deserto para ir à procura de uma que estava perdida”.

“Deus não se resigna a perder nem uma só pessoa (…) mesmo diante da escolha entre 99 e uma, ele vai em busca desta, porque é aquela que mais precisa, que está mais sozinha, descartada”, salientou.

Para Francisco, a parábola do Bom Pastor tem hoje de continuar a desafiar os cristãos, que “em vez de bloquearem-se num curral” ou de deterem-se na sua condição de “justos”, devem sair em busca de quem está perdido, mesmo de quem por algum motivo deixou de aparecer na comunidade ou foi apontado como pecador.

Porque Deus também “se fazia próximo dos pecadores”, ainda que para “escândalo dos doutores da lei”.

“Nada nem ninguém pode desviar Deus do seu caminho de salvação para todos”, frisou o Papa, que concluiu a sua intervenção incentivando os cristãos a não perderem nunca o seu “impulso missionário” e a prática da misericórdia.

“Encontrar quem se perdeu é a alegria do pastor e de Deus, mas deve ser também a alegria de todo o rebanho”, completou.

JCP

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