Francisco recebeu esta sexta-feira os participantes de um congresso internacional sobre medicina regenerativa
Cidade do Vaticano, 29 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa destacou hoje no Vaticano a necessidade de “investir” mais na busca de soluções para as doenças raras e degenerativas, durante um encontro com participantes de um congresso internacional dedicado a estes temas.
Na sua intervenção, Francisco salientou que apesar de as doenças raras afetarem milhares de pessoas em todo o mundo, prevalece muitas vezes “uma economia de exclusão e iniquidade”, que “semeia vítimas quando o lucro prevalece sobre o valor da vida humana”.
“A este tipo de doentes”, apontou o Papa argentino, “muitas vezes não se presta atenção suficiente, porque não se antevê no investimento económico a seu favor um retorno significativo”.
Uma situação que leva “sofrimento e preocupação” também aos “familiares que cuidam” dos seus entes queridos que caíram em situação de maior fragilidade.
Para contrariar o “abandono” a que “frequentemente” são votadas as pessoas atingidas por uma doença rara ou degenerativa, Francisco considera que antes de mais é preciso “mudar o paradigma económico, para que seja privilegiada a pessoa humana”.
O Papa defendeu a importância de “à escala mundial, investir na formação mais adequada” de todos quantos trabalham na área das ciências da vida e das ciências médicas, sobretudo dos jovens.
“Hoje mais do que nunca temos esta urgência educativa de, para além de consolidar as aptidões intelectuais de quem estuda neste campo, garantir-lhes também uma adequada formação humana e um profissionalismo a toda a prova”, sustentou.
Francisco frisou ainda a necessidade de “aumentar os recursos para a investigação” e “promover um enquadramento legislativo mais adequado”, que tenha em conta os valores éticos e morais.
“A investigação, quer no campo académico ou industrial, requer uma constante atenção às questões morais para que possa ser um instrumento ao serviço de vida e da dignidade da pessoa humana”, complementou.
Promovido pelo Conselho Pontifício da Cultura, da Santa Sé, o congresso internacional sobre medicina regenerativa decorre até este sábado, subordinado ao tema ‘O progresso da medicina regenerativa e o seu impacto cultural’.
Entre os participantes encontrava-se o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, que cumprimentou o Papa.
O encontro promoveu debates sobre pesquisa celular, medicina, tecnologia, fé e cultura para responder da melhor forma às exigências de cura e de esperança dos doentes.
Sobre este projeto, o Papa considerou um “motivo de esperança constatar que ele envolve pessoas e instituições de vários setores, de culturas, sociedades e religiões diferentes, todas empenhadas numa sensibilidade mais premente para com as pessoas doentes”.
A conferência internacional tem um sítio na internet – celltherapyconference2016.com – e está a ser acompanhada nas redes sociais com o marcador (hashtag) #UniteToCure.
Esta quarta-feira, Francisco cumprimentou no Vaticano uma menina de Vila Real com uma doença rara, acompanhada pelos seus pais.
JCP