Comunicado oficial rejeita tese de «bloqueio» das reformas promovidas pelo Papa
Cidade do Vaticano, 26 abr 2016 (Ecclesia) – O Vaticano confirmou hoje em comunicado a suspensão do contrato com a multinacional PricewaterhouseCoopers, uma das maiores empresas do setor da audição e consultadoria financeiras.
A nota oficial rejeita, no entanto, as teses vindas a público de que esta decisão esteja ligada à “vontade de uma ou mais entidades da Santa Sé” de “bloquear” as reformas que o Papa está a promover na administração financeira e patrimonial.
“O compromisso de uma adequada revisão económico-financeira continua a ser uma prioridade para a Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano”, pode ler-se.
Segundo o Vaticano, surgiram elementos relativos ao “significado e dimensão” de algumas cláusulas do contrato, que vão ser “submetidas aos necessários aprofundamentos”.
O Conselho da Santa Sé para a Economia tinha anunciado a contratação da PwC em dezembro de 2015 e apresentou a medida como “um passo importante” rumo à “implementação de novas políticas de gestão e de práticas de gestão financeira, em linha com as normas internacionais”.
A nota divulgada através da sala de imprensa da Santa Sé assinala agora que a decisão de suspender o contrato foi tomada após consultas às autoridades competentes e peritos.
“Deseja-se que esta fase de reflexão e de estudo possa desenvolver-se num clima de serenidade e de colaboração”, acrescenta o texto.
Desde o início do pontificado, em 2013, o Papa Francisco tem trabalhado na promoção de uma reforma da Cúria Romana, que passou pela realização de auditorias externas às contas do Vaticano e a criação de uma Secretaria para a Economia na Santa Sé.
Foram também implementadas medidas de transparência financeira no Instituto para as Obras de Religião (IOR, conhecido como ‘Banco do Vaticano’).
OC