Francisco evoca exemplo das primeiras comunidades cristãs, que partilhavam todas as suas posses
Cidade do Vaticano, 05 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que o dinheiro coloca em causa a “harmonia” das comunidades cristãs porque é “egoísta” e ignora as necessidades alheias.
“Os sinais da harmonia são dois: ninguém passa necessidade porque tudo é comum”, referiu, na homilia da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta, o local onde reside.
Francisco evocou as primeiras comunidades cristãs, que logo após a morte de Jesus viviam numa partilha de bens, com “um só coração, uma só alma”, sem considerar nada como sua “propriedade”.
“A verdadeira ‘harmonia’ do Espírito Santo tem uma relação muito forte com o dinheiro: o dinheiro é inimigo da harmonia; o dinheiro é egoísta e, por isso, todos davam o que tinham para que não faltasse nada a ninguém”, recordou, numa intervenção citada pela Rádio Vaticano.
Deus e o dinheiro, assinalou o Papa, são dois patrões “cujo serviço é irreconciliável”.
Francisco distinguiu depois entre uma “tranquilidade” negociada e de aparência, nas comunidades cristãs, e a “harmonia” que vem do mesmo Espírito e dá a “a coragem de testemunhar” a fé.
“A harmonia do Espírito Santo dá-nos esta generosidade de não ter nada próprio enquanto há alguém necessitado”, concluiu.
OC