Aveiro: Paróquia da Vera Cruz celebrou «Seder Pascal»

87 convivas viveram reconstituição da Ceia Pascal Judaica

Aveiro, 30 mar 2016 (Ecclesia) – O grupo bíblico e a Escola de Pais, da Paróquia da Vera Cruz, na Diocese de Aveiro, promovem o ‘Seder Pascal’, uma refeição judaica que é momento de partilha, oração, convívio e “ganha sentido na Palavra de Deus”.

“Esta celebração é a preparação para vivermos de forma mais intensa a Quinta-feira Santa, a Páscoa Judaica, dá origem à instituição da Eucaristia. Todo o enredo e desenrolar da ceia pascal leva-nos para a Eucaristia que Jesus presidiu com os discípulos”, contextualiza o diácono Élio Simões, sobre a iniciativa promovida há cerca de oito anos.

À Agência ECCLESIA, o elemento da organização explica que palavras como Matzá, Charósset ou pão ázimo fazem parte da refeição que pretende fazer a passagem entre a Páscoa dos judeus, a libertação do Egito e chegada à Terra Prometida, e a Páscoa Cristã.

“O pão ázimo é protagonista, o presidente dá ênfase a esse pão repartido que simboliza o que vivemos na eucaristia, a unidade, distribuído a todos os convivas; A Charósset, uma salada doce de frutos vermelhos que simbolizavam o sangue derramado e os sacrifícios; As ervas amargas – chicória, agriões, rúcula

A sobremesa são frutos vermelhos, “principalmente morangos”, onde regressam às ervas amargas com “uma folha de chicória, de agrião”, diferentes das “calóricas” que se comem em casa.

O cordeiro que também faz parte da refeição é apresentado ao presidente “sem nenhum osso partido”, para ter o significado bíblico: ‘Nenhum osso lhe será quebrado’.

No fim da refeição regressam à Palavra de Deus, que “é de facto o centro e sustento de toda a celebração”, com o Evangelho de São Lucas e São João, o profeta Elias também tem um “destaque muito importante” e terminam com uma catequese direcionada para os mais jovens, que fala da simbologia dos números, desde Jesus, o número 1, aos 12 dos discípulos.

“É uma catequese importante que se vai fazendo de forma suave e ao mesmo tempo fazendo-os entender que a Bíblia é o grande livro para os cristãos. É onde podemos ir buscar, com toda a certeza e garantia, que a palavra de Deus é fidedigna”, revela o entrevistado.

Segundo o diácono Élio Simões, o ambiente da refeição é “familiar” e com “sentido de comunhão”, um misto de alegria e “algum sentimento, recolhimento, oração”, onde os convivas falam uns com os outros.

“É um ambiente como se fosse na nossa casa, é uma refeição onde estamos alegres e conversamos”, sublinha, sobre o sentido de unidade, “de procura do sacrifício do cordeiro”.

O feedback dos convivas é positivo e pedem para repetir a cerimónia no próximo ano porque “vão satisfeitas”, transmitindo “alegria, bem-estar”.

“Foi rezar de forma diferente, comemos, conversamos, conhecemos pessoas novas, debruçamo-nos sobre a Palavra de Deus”, acrescenta o entrevistado, sobre o ‘Seder Pascal’ que este ano reuniu 87 pessoas na Paróquia da Vera Cruz, Diocese de Aveiro.

A cerimónia começa com um cântico de entrada, depois o presidente, o bispo de Aveiro, faz uma saudação convidando a participar na cerimónia onde existem “diversos protagonistas” como a mãe, com o “simbolismo associado aquela que dá à luz, sentido da vida nova”, o filho mais novo e “alguns convivas”.

“Há uns que têm uma função mais específica e também são intervenientes na celebração colocando questões ao presidente que explica dando sentido à celebração”, conta ainda o diácono Élio Simões.

SN/CB

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