Aveiro: Seminário diocesano dinamiza «Labirinto da Misericórdia»

Iniciativa pascal para crentes e não crentes parte do claustro para vida do dia-a-dia

Aveiro, 30 mar 2016 (Ecclesia) – O Seminário de Aveiro “reinventa-se” e acolhe quem quiser entrar no ‘Labirinto da Misericórdia’, uma proposta pascal que, como explica o reitor, convida à reflexão e a descobrir as Obras de Misericórdias, a partir do Claustro dos Apóstolos.

À Agência ECCLESIA, o padre João Alves explica que esta iniciativa pascal, “de ter portas abertas e de um labirinto”, partiu de uma ideia encontrada em Dortmund, na Alemanha, e com os seminaristas foi desenvolvida num percurso associado “às encruzilhadas, aos entroncamentos da vida”.

“Associamos também a ideia da misericórdia, o Ano da Misericórdia, e convidarmos quem queira vir, crentes e não crentes, para poder visitar, estar, e fazer percurso que possa levar à misericórdia”, revela o responsável.

Neste contexto é proposto um mapa para quem quiser orientar-se em dez pontos, desenhado com calçada portuguesa, que convida ao encontro com as Obras de Misericórdia, que “não estão claramente identificadas, quais as corporais e as espirituais”.

“Não estão por ordem nem estão todas, escolhemos algumas que podiam ser mais significativas e também agrupamos algumas”, informa o reitor do seminário, acrescentando que, de modo particular, as Obras de Misericórdia corporais estão “muito ligadas ao contexto citadino” onde algumas concretizam-se em projetos como o Refood, as Florinhas do Vouga e a Ceia com calor.

Segundo o padre João Alves, também apresentam análises estatísticas de quantidade de roupa angariada, “vestir os nus”, bem como análises de peregrinação, refletida na Obra de Misericórdia “dar pousada”.

“As Obras de Misericórdia corporais estão ligadas a realizações muito concretas, quer na vida, quer no momento em alguma coisa que seja escrita ou deixar roupa, alimentos. As obras espirituais contemplam sempre alguma dinâmica ativa, de ter de realizar uma tarefa, e em todas há espaço de leitura, reflexão”, explica o entrevistado.

A proposta pascal do Seminário de Aveiro desenvolve-se a partir do Claustro dos Apóstolos, “apesar de não ter nenhum”, que é um espaço “convidativo para a reflexão, para o andar na vida dos mosteiros, de caminhada depois das refeições, de oração”, onde também está presente o elemento água.

“Aproveitando alguns elementos que é a beleza do espaço arquitetónico, o silêncio, o som da água, à reflexão acaba por ser convidativo sobretudo quem vier individualmente possa ter todas as condições de claustro para um tempo de silêncio e meditação”, refere o reitor do seminário, acrescentando que a proposta também funciona em grupo.

O ‘Labirinto da Misericórdia’ nasceu na Semana Santa mas segundo o padre João Alves “é de pendor pascal” porque, desde o início, foi pensada como “valorização do Tempo Pascal”: “Com a certeza que deveríamos dar valor diferente proporcionalmente ao tempo da quaresma.”

“Quem vier fazer este percurso, partindo das Obras de Misericórdia, possa sentir-se desafiado a algo mais para, de forma concreta, viver a Páscoa”, sublinha.

Neste contexto, por exemplo, o reitor do Seminário de Aveiro destaca a tertúlia «Que labirintos para a vida?» com o padre Luis Francisco Marques, no dia 06 de abril à noite, para “partilha da ideia dos caminhos da vida”, associando elementos de espiritualidade pascal ao tempo de hoje.

Para o padre João Alves, o seminário tendo cada vez menos pessoas, tem que “se reinventar nas suas propostas” desde que essas sejam na mesma de “alcance espiritual e formativo”.

SN/CB

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