D. Jorge Ortiga diz que o Papa tem levado a Igreja a ultrapassar fronteiras
Braga, 11 mar 2016 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga assinala que os três anos do atual pontificado de Francisco ficaram marcados pela vontade de leva a Igreja “além das suas fronteiras, a sair do seu âmbito para contactar com a realidade humana”, com uma linguagem “concreta”.
“Penso que a grande novidade deste Papa está aqui, numa atitude de falar com uma linguagem inteligível, uma linguagem feita de palavra, uma linguagem feita também de vida nos seus gestos e nas suas atitudes”, refere D. Jorge Ortiga à Agência ECCLESIA.
O prelado entende que os gestos de Francisco são “ainda mais simbólicos e interpelativos” e ninguém fica “indiferente às coisas pequeninas da sua vida diária” que mostram como a vida de cada um também “pode e deve ser”.
“Não viver distraídos, não viver concentrados nas nossas coisas mas estar sempre fora, particularmente nos mais carenciados, debilitados, naqueles que a sociedade não preta atenção”, exemplifica o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Ainda sobre a linguagem, o arcebispo de Braga considera ainda que é “extremamente concreta” e distingue a de Francisco doutros Papas porque todos a “entendem” uma vez que usa, “normalmente”, comparações do dia-a-dia.
D. Jorge Ortiga revela que gosta de ver o papel dos Papa à “luz da história” e, neste contexto, verifica que a Igreja tem tido os Papas para os “momentos concretos” com as “exigências de cada hora e cada situação”.
“Depois daqueles grandes que tivemos, o Papa Francisco é para este momento e para esta hora da Igreja e também do mundo”, observou.
“Se os outros insistiram numa renovação interna da Igreja, num espírito de grande abertura, como o Papa São João Paulo II, este sem dúvida nenhuma tem interpelado a Igreja a ir para além das suas próprias fronteiras, a sair do seu âmbito para contactar com a realidade humana”, analisa o arcebispo primaz.
Neste contexto, o prelado recorda que o Papa argentino insiste que a vida cristã “não seja anestesia espiritual, um analgésico, refúgio”, mas torne-se compromisso numa “atenção permanente” às realidades terrestres “discernindo as respostas mais adequadas e oportunas”.
D. Jorge Ortiga, que destaca ainda a “preocupação” do Papa com a família e a juventude, revela que aguarda com expectativa a exortação pós-sinodal de Francisco.
“É de esperar que uma maneira nova na fidelidade à doutrina tradicional mas de fazer pastoral e consequentemente da Igreja estar com uma sensibilidade muito maior perante os grandes desafios da vida familiar e da juventude”, concluiu.
JCP/CB