Francisco elogiou criação de «corredores humanitários» para refugiados
Cidade do Vaticano, 06 mar 2016 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano as quatro religiosas das Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, que foram assassinadas esta sexta-feira no Iémen, lamentando a “indiferença” perante estes casos.
“Elas são vítimas do ataque dos que as mataram e também da indiferença, desta globalização da indiferença, do ‘não importa’”, declarou, após a recitação da oração do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Francisco manifestou a sua “proximidade” às Missionárias da Caridade e associou-se ao seu luto por causa do assassinato de quatro religiosas em Aden, no Iémen, “onde prestavam assistência os idosos”.
“Rezo por elas, pelas outras pessoas mortas no ataque e pelos familiares”, acrescentou.
O Papa sustentou que estes são “os mártires de hoje”, os que “dão o seu sangue pela Igreja”, e isto não faz as capas dos jornais, não é notícia”.
“Que a Madre Teresa acompanhe no paraíso estas suas filhas, mártires da caridade, e interceda pela paz e pelo sagrado respeito pela vida humana”, prosseguiu.
Em seguida, Francisco elogiou um “sinal concreto pela paz e a vida”, a criação de corredores humanitários para refugiados, criados na Itália.
“Este projeto-piloto, que une solidariedade e segurança, permite ajudar pessoas que fogem da guerra e da violência, como os 100 refugiados já transferidos na Itália, entre eles crianças doentes, pessoas com deficiência, viúvas de guerra com filhos e idosos”
O Papa recordou depois que esta é uma iniciativa ecuménica, envolvendo a comunidade católica de Santa Egídio, a Federação das Igrejas Evangélicas na Itália, as Igrejas valdenses e metodistas.
A tradicional catequese falou da chamada parábola do ‘filho pródigo’, na qual se manifesta, segundo Francisco, que Deus dá liberdade aos seres humanos.
“Este dom da liberdade que Deus nos dá espanta-me sempre”, confessou.
O Papa alertou que a atitude da “soberba” é “do diabo” e que, pelo contrário, “o Pai espera aqueles que se sentem pecadores”.
“Deus é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama para lá de qualquer medida, espera sempre a nossa conversão, cada vez que erramos, espera o nosso regresso quando nos afastamos dele”, realçou.
Francisco despediu-se dos peregrinos pedindo orações por si e pelos seus colaboradores, que hoje começam seis dias de “exercícios espirituais” fora do Vaticano, período durante o qual estão suspensos todos os outros compromissos do Papa.
OC