Calais: Cáritas critica «despejo» dos refugiados sem «alternativas» à vista

«É como se quisessem apenas fazer as pessoas desaparecer antes da primavera, com medo de chegarem mais», realça gestor de projeto católico

Bruxelas, 02 mar 2016 (Ecclesia) – As Cáritas de França (Secours), Inglaterra e Pais de Gales (CSAN) dizem que o desmantelamento do campo de refugiados em Calais “não é solução” e alertam para a urgência de cuidar destas pessoas, que passam momentos difíceis.

Em declarações divulgadas pela Cáritas Europa, o gestor de projeto da Secours em Calais lamenta a decisão do governo local em acabar com grande parte do acampamento improvisado, uma vez que “não existem ainda alternativas viáveis para as pessoas”.

“É como se quisessem apenas fazer as pessoas desaparecer antes da primavera, por temerem a chegada de mais refugiados”, aponta Vincent De Coninck.

Na região de Calais, no norte de França, estavam até agora cerca de quatro mil migrantes e refugiados a viverem em tendas e barracas improvisadas.

Para Philip McCarthy, o coordenador da CSAN, destaca a situação de muitas crianças e jovens que ali estão completamente “desacompanhadas” e que devem ser alvo de uma “atenção prioritária”.

 “É vital assegurar as suas necessidades sociais e de saúde e garantir que eles tenham a oportunidade de reencontrar os seus familiares que encontraram refúgio no Reino Unido ou em outra região da Europa”, realça aquele responsável.

As organizações católicas estão a desenvolver esforços no sentido de evitar o “despejo” dos migrantes e refugiados em Calais, até que estejam reunidas as condições mais adequadas para a recolocação das pessoas.

As Cáritas sublinham ainda a importância de evitar o uso da força contra “pessoas que têm sido vítimas de violência ao longo de toda a sua jornada”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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