Médio Oriente: Vaticano apela à solidariedade para com os cristãos perseguidos

Coleta de Sexta-feira Santa recorda comunidades que continuam «a viver tempos de infinita violência»

Cidade do Vaticano, 25 mar 2016 (Ecclesia) – O Vaticano exorta hoje os católicos a expressar a sua “misericórdia e proximidade” para com as comunidades cristãs do Médio Oriente, que continuam “a viver tempos de infinita violência”.

A iniciativa tem como porta-voz o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, e insere-se na coleta anual de Sexta-feira Santa, que este ano vai reverter a favor das comunidades de “Jerusalém, Palestina e Israel; Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia e Eritreia, Turquia, Irão e Iraque”.

“Neste Ano Jubilar somos, mais do que nunca, exortados a demonstrar a nossa misericórdia e proximidade para com os nossos irmãos do Médio Oriente: refugiados, deslocados, idosos, crianças e doentes”, escreve o representante da Santa Sé.

O cardeal italiano recorda que hoje na Terra Santa as pessoas vivem em permanente angústia, sob a ameaça da morte, dos raptos, da incerteza pelos seus entes queridos, do estilhaçar das famílias devido à “emigração e êxodo”.

“Vive-se nas trevas e no medo do abandono, da solidão e da incompreensão. São tempos de prova e de desafios, é tempo de martírio. Tudo isto tem de repercutir-se no dever de ajudar”, frisa D. Leonardo Sandri.

A coleta pascal deste ano pelas Igrejas Orientais pretende ainda enaltecer o papel dos cristãos no Médio Oriente, que “apesar dos conflitos que sempre os martirizaram” seguiram sempre “dando testemunho da sua fé”.

“Esta Terra apela à nossa caridade, desde sempre, e hoje com maior urgência. Cada pessoa que lá vive e trabalha, precisa da nossa oração e da nossa ajuda concreta, para ser alentada no empenho de aliviar as feridas continuando, com esperança, o compromisso de fazer vencer a justiça e de trabalhar pela paz”, pode ler-se.

A Igreja Católica promove anualmente uma recolha de donativos para as comunidades que vivem na Terra Santa e para a manutenção dos lugares ligados à vida de Jesus e ao início do Cristianismo.

O Papa Paulo V, com o documento ‘Cœlestis Regis’, de 22 de janeiro de 1618, foi o primeiro a determinar a finalidade desta recolha de donativos e Bento XIV confirmou-a com o breve apostólico ‘In supremo militantis Ecclesiæ’, de 7 de janeiro de 1746.

A preservação da memória dos chamados Lugares Santos, que está confiada à Custódia franciscana, passa pela preservação dos vários monumentos que assinalam a ligação dos espaços a Jesus e os apóstolos, mas sobretudo pelo apoio às atuais comunidades cristãs – uma minoria entre muçulmanos e judeus na Palestina e Israel – que vivem situações difíceis.

Os católicos da Terra Santa incluem comunidades de rito latino, greco-melquita, copta, maronita, síria, caldeia e arménia.

JCP

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