Caminho de Santiago recebe prémio pela sua capacidade de reunir pessoas e povos

O Caminho de Santiago foi distinguido com o “Prémio Príncipe das Astúrias da Concórdia” 2004. Um “lugar de peregrinação e de encontro entre pessoas e povos” assim foi considerado o Caminho pelo júri que aprovou a sua distinção, concedida em Oviedo. A peregrinação a Santiago foi considerada “um símbolo de convivência e de encontro entre pessoas e culturas que configuraram a Europa actual”. O prémio da Concórdia distingue em cada ano uma personalidade, grupo de trabalho ou instituição que mais tenha contribuído para a eliminação da injustiça, da pobreza, em prol da fraternidade sem fronteiras; e ainda na protecção do património da Humanidade. A propósito do prémio, o Arcebispo de Santiago, D. Julián Bairro, destacou o sentido europeísta do Caminho ao sublinhar, que “a Europa nasceu com as peregrinações”, e que “as raízes europeias se encontram no cristianismo que promoveu os valores comuns de referência em todos os países membros da União Europeia”. Actualmente, decorre o ano jubilar do Jacobeu, até 31 de Dezembro e, neste momento, Compostela terá recebido já seis milhões de peregrinos, afluência nunca antes registada. Em Portugal as peregrinações a Santiago de Compostela estão inicialmente relacionadas com as lutas contra os muçulmanos, mas mantêm-se intensas muito para além da Reconquista. Interligando o resto da cristandade com o noroeste peninsular, vão ser um factor de coesão social transeuropeu. Os célebres «Caminhos de Santiago» passam a fazer parte do imaginário religioso de todas as épocas até à actualidade. Numerosos mosteiros, igrejas, ermidas, capelas, hospitais e albergarias tornaram-se ponto de passagem e acolhimento obrigatórios para peregrinos jacobeus, quer propositadamente edificados para esse fim – e recebendo amiúde o nome de Santiago –, quer por se encontrarem junto das rotas ou próximos delas.

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