A vida com Esclerose Lateral Amiotrófica de Bernardo Pinto Coelho
Lisboa, 05 fev 2016 (Ecclesia) – A vida de Bernardo Pinto Coelho mudou desde que foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, dando início a uma luta que conta com a força da fé.
“Dou o meu máximo, entrego-me a Deus e o meu objetivo é um dia estar a correr na praia do Guincho, já curado, para as pessoas perceberem que o objetivo é a pessoa ter amor-próprio e não desistir”, explica Bernardo Pinto Coelho, que vive há sete anos com esta doença degenerativa, vulgarmente conhecida por “ELA”,
Num testemunho que integra a mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicado ao Dia Mundial do Doente, o entrevistado, que está no seu “35.º tratamento”, apresenta-se como uma pessoa “sem medo”.
“Há muitas pessoas que até são crentes, rezam, mas por terem medo morrem”, comenta Bernardo Pinto Coelho, que acredita na sua cura.
Depois de ter descoberto a ELA na sua vida, descobriu outra missão porque as pessoas “precisam de esperança e de força”.
Escreveu o livro ‘O que eu Aprendi com E.L.A’, também tem um blogue e está nas redes sociais: “Não estou curado, estou a lutar pela minha cura, se estivesse já curado a dar as minhas dicas alguns mandavam-me passear”.
“A verdade é que tenho esta sorte de ter força, tenho muita fé, não desisto porque acho que a pessoa quando desiste está a desistir de Deus e eu não desisto de Deus porque Deus não desiste de mim”, desenvolve o confesso “apaixonado pela vida” que agora ainda lhe dá “muito mais valor”.
A revolta também existe na vida de Bernardo Pinto Coelho, mas Deus é mais importante e com a Esclerose Lateral Amiotrófica percebeu que “não estava a ir pelo caminho certo”.
“Também sofro muito, choro, mas a verdade é que ainda ontem pedi a Deus para me ajudar. Eu acredito que um dia vai fazer sentido. Já está a fazer sentido, as pessoas que mandam mensagens a dizer que não se suicidaram por causa de mim, e a verdade é que quando a pessoa tem saúde tem tudo, o resto é secundário”, revela.
Com 43 anos de idade e o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA – acrescenta que reza “todos os dias” e pede “obviamente saúde” para realizar “todos os sonhos que ainda estão por resolver”, como a sua “independência, autonomia”.
“Acredito que um dia vou estar a correr no Guincho. Só Deus sabe se isso vai acontecer mas eu estou a dar o meu máximo, estou-me a entregar a Deus, não tenho medo e não desisto”, reforça.
HM/CB