Arcebispo fala numa realidade «preocupante», atenuada pelo «crescimento» das vocações de cariz contemplativo
Faro, 28 jan 2016 (Ecclesia) – O Ano da Vida Consagrada foi marcado na Arquidiocese de Évora pelo encerramento de várias congregações religiosas.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o arcebispo de Évora fala numa realidade “preocupante”, sobretudo nas chamadas congregações de vida ativa.
“Da parte das superioras de cada uma das congregações vão nos dizendo: gostávamos muito de estar aqui, mas as nossas irmãs já estão envelhecidas, não temos possibilidades de continuar”, realça D. José Alves.
O arcebispo aponta para a necessidade de atrair mais jovens para a Vida Consagrada, o que não é fácil numa região “bastante descristianizada”.
Esta conjuntura tem sido atenuada pelo “crescimento” das “comunidades femininas de vida contemplativa”, que ao “contrário” da tendência geral, têm conseguido atrair “vocações jovens”.
D. José Alves dá como exemplo a Ordem da Imaculada Conceição, uma congregação situada em Campo Maior, fundada por Santa Beatriz da Silva, “uma portuguesa alentejana”, e que conta com “mais três comunidades em Portugal”.
Outro caso positivo é o das Monjas de Belém, que estão a dar os seus primeiros passos na região, na freguesia do Couço, Concelho de Coruche.
O prelado realça a “expansão extraordinária” que esta comunidade de vida contemplativa tem tido.
“Sendo recente, começaram em 1950, já têm mais de 30 mosteiros pelo mundo inteiro, e o mosteiro que nós temos na freguesia do Couço também está a crescer, porque também tem tido vocações jovens”, salienta o responsável católico.
Sobre os institutos religiosos que prosseguem a sua caminhada no território, apesar dos obstáculos, D. José Alves agradece a “entrega e generosidade” que sempre têm demonstrado, também ao longo deste Ano da Vida Consagrada.
A capacidade de “transmitirem às pessoas felicidade, por terem consagrado a sua vida ao serviço do Evangelho” e o apoio que prestam nas paróquias.
“A Arquidiocese de Évora deve-lhes imenso porque temos muitas comunidades onde também há falta de clero”, conclui o arcebispo.
JCP