Vaticano: Papa apela à reconciliação entre irmãos desavindos no Ano da Misericórdia

Francisco pediu atenção a quem é oprimido ou perseguido, em audiência

Cidade do Vaticano, 27 jan 2016 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje no Vaticano à reconciliação entre irmãos desavindos, como um sinal da vivência do ano santo extraordinário da Misericórdia, no qual pede também atenção a quem é oprimido ou perseguido.

“Penso nos muitos irmãos que se afastaram numa família e não se falam. Bem, este Ano da Misericórdia é uma boa ocasião para reencontrar-se, abraçar-se e perdoar-se, sim? Esquecer as coisas más”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, na audiência geral.

Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre a misericórdia na Bíblica, Francisco comentava uma passagem do livro do Êxodo, sobre a experiência dos israelitas no Egito.

“A misericórdia não pode ficar indiferente perante o sofrimento dos oprimidos, o grito de quem é submetido à violência, reduzido à escravidão, condenado à morte. É uma dolorosa realidade que aflige todas as épocas, incluindo a nossa, e que nos faz sentir impotentes, muitas vezes”, assinalou.

O Papa afirmou que “o Deus de misericórdia” não desvia o olhar do sofrimento humano e toma conta “dos pobres, dos que gritam o seu desespero”.

Nesse sentido, convidou os católicos a ser “mediadores de misericórdia” no ano santo extraordinário (dezembro de 2015-novembro de 2016), “para se aproximarem, para dar alívio, para fazer unidade”.

“A misericórdia de Deus age sempre para salvar. Completamente ao contrário da obra dos que agem sempre para matar, por exemplo os que fazem as guerras”, acrescentou.

No final da catequese, Francisco convidou todos a “abrir o coração” para chegar a quem precisa “com as obras de misericórdia”.

Já nas saudações aos peregrinos, o Papa saudou os de língua árabe, em particular vindos do Iraque e do Médio Oriente.

“Deus não fica em silencia diante do sofrimento e do grito dos seus filhos, diante da injustiça e das perseguições, mas intervém e oferece, com a sua misericórdia, a salvação e o socorro”, afirmou.

Francisco cumprimentou também os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os fiéis de Brasília e São José dos Campos.

“Que nada nem ninguém possam impedir-vos de viver e crescer na amizade de Deus Pai; mas deixai que o seu amor vos regenere sempre como filhos e vos reconcilie com Ele e com os irmãos”, desejou.

O Papa vai voltar à Praça de São Pedro este sábado para a primeira das audiências públicas extraordinárias que vão decorrer mensalmente por ocasião do Jubileu da Misericórdia.

OC

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