Igreja/Media: «Beleza e verdade» da internet têm de ser encontradas nas paróquias

«Desfasamento» marca a relação entre o ambiente digital e o das comunidades, defendeu o padre Américo Aguiar

Braga, 23 jan 2015 (Ecclesia) – O vice-presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença afirmou hoje nas Jornadas “Do clique ao toque” promovidas pela Faculdade de Teologia que há um “desfasamento” entre as referências religiosas digitais e o quotidiano das comunidades.

“Há um desfasamento entre o esforço de uma presença no continente digital e a realidade da vida nas nossas comunidades, dos seus agentes pastorais e responsáveis mais diretos”, afirmou o padre Américo Aguiar.

Para o sacerdote, é necessário anunciar no ambiente digital e no comunitário com “novo ardor, novos métodos e expressões”, sendo a primeira condição, o novo ardor, a que gera mais “dúvidas”.

“Quanto aos métodos e às expressões – o clique – vamos fazendo coisas magníficas. É necessário saber que no ardor – no toque – se no quotidiano das nossas comunidades estamos preparados e abertos para proporcionar a experiência de encontro com Jesus Cristo que lhes proporcionamos nos projetos digitais”, referiu.

As jornadas “Do clique ao toque – O diálogo entre a vida e a fé nos dispositivos digitais” foram promovidas pelo núcleo de Braga da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa para apresentar diferentes projetos de comunicação nos meios digitais e o seu enquadramento na vida das pessoas e das comunidades.

Para o padre Américo Aguiar, é necessário aproximar o “modo de apresentação” da mensagem nas várias circunstâncias da vida em que o recetor as possa acolher, tanto o meio digital como o meio das paróquias, grupos ou movimentos.

“É necessário apostar no toque já que no clique estamos no bom caminho”, afirmou o sacerdote, considerando que “a beleza, a harmonia e a verdade” da comunicação digital do Evangelho nem sempre corresponde á experiência comunitária e de relação pessoal.

“Podemos provocar os mais novos ao ponto de deitarem fora o que lhes estamos a transmitir pelos meios digitais por não estarmos sintonizados. Estamos a oferecer-lhes uma coisa e eles estão a ouvir outra”, considera.

O vice-presidente do Conselho de Gerência da RR defende que os agentes pastorais têm de “ter a sensibilidade para entender os públicos a que se destinam”.

O padre Américo Aguiar sublinhou também a necessidade de “trabalhar mais em rede” para “potenciar” reciprocamente os vários projetos no ambiente digital.

“Temos trabalhar mais em rede e sermos capazes de potenciar as mais-valias de cada um dos projetos, das experiências vividas, para fazermos alguma coisa ainda melhor fruto do contributo de cada uma das partes”, sustentou.

No encerramento das jornadas “Do clique ao toque”, o padre Luís Figueiredo Rodrigues, professor da Faculdade de Teologia em Braga, adiantou que o evento estava a começar.

“Vamos continuar a discuti-los no fórum da página da iniciativa”, concluiu

PR

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