Vaticano: Papa assinala caminho de santidade, onde santos têm «passado» e pecadores «futuro»

Cidade do Vaticano, 19 jan 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco destacou hoje que “Deus não fica nas aparências, mas vê o coração”, observando que também os santos tiveram “tentações e pecados” nas suas vidas.

“Nós somos tantas vezes escravos das aparências, escravos das coisas que aparecem e nos deixamos levar por essas coisas – ‘Mas isso parece …’ – mas o Senhor sabe a verdade”, explicou o Papa, na homilia na Eucaristia a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.

“Foi lendo esta vida [do rei David], de rapaz a idoso, que fez tantas coisas boas e outras nem tanto, que me ocorreu que no caminho cristão, no caminho que o Senhor nos convidou a percorrer, não há nenhum santo sem passado nem um pecador sem futuro”, disse ainda Francisco.

Francisco sublinhou que a “vida” de David o comove porque faz “pensar” em cada um.

“Todos fomos escolhidos pelo Senhor para o Batismo, para estar no seu povo, para ser santos; fomos consagrados pelo Senhor neste caminho da santidade”, sublinhou.

Na homilia matinal, a partir da primeira leitura da liturgia de hoje, do livro de Samuel, o Papa comentou que o Senhor rejeitou Saul “porque tinha o coração fechado, não tinha obedecido”.

“Uma escolha distante dos critérios humanos, já que David era o menor dos filhos de Jessé, um rapaz. Mas o Senhor faz entender ao profeta Samuel que para ele não conta a aparência”, destacou.

Francisco referiu que com esta escolha Deus “não fez santo”, porque só “depois de uma longa vida, também com pecados”, assim foi considerado.

“Santo e pecador. Um homem que soube unir o Reino, soube levar o povo de Israel mas tinha as suas tentações, os seus pecados”, acrescenta na homilia, recordando que o rei escolhido por Deus “foi também um assassino”, para esconder a “sua luxúria, o pecado de adultério”.

Neste contexto, o Papa assinalou que depois de reconhecido o pecado, “a barbárie que havia ordenado”, continuou a sua vida, mas “sofreu na carne a traição do filho”.

“Quando David teve de fugir de Jerusalém, devolve a Arca e declara que não usará o Senhor em sua defesa. E quando era insultado, em seu coração, pensava: ‘eu mereço’”, concluiu.

RV/CB

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Agência ECCLESIA

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