Vaticano: Papa inicia ciclo de reflexões dedicadas à misericórdia

«A misericórdia é o nome de Deus e o seu modo de manifestar-se», disse, um dia depois do lançamento de um livro-entrevista sobre o tema

Cidade do Vaticano, 13 jan 2016 (Ecclesia) – O Papa iniciou hoje um novo ciclo de catequeses semanais, dedicadas ao tema da misericórdia, um dia depois do lançamento do seu livro-entrevista intitulado ‘O nome de Deus é misericórdia’.

“A misericórdia é o nome de Deus e o seu modo de manifestar-se a si mesmo e o seu amor pelos homens. Ele chama-nos a ser misericordiosos uns com os outros, para sermos verdadeiramente seus filhos”, disse, na audiência geral que decorreu na sala Paulo VI, perante cerca de 7 mil pessoas.

Francisco sublinhou que o adjetivo “misericordioso”, aplicado na Bíblia a Deus, evoca uma “atitude de ternura”, como a de uma mãe em relação aos filhos.

“Por isso, a imagem que sugere é a de um Deus que se comove e enternece por nós, como uma mãe quando pega no seu filho ao colo, apenas com vontade de amar, proteger, ajudar, pronta a dar tudo, inclusive ela própria”, precisou.

A intervenção falou depois da fidelidade de Deus, uma presença “sólida e estável” que está na base da fé cristã.

“Deus não pode renegar-se a si mesmo: a fidelidade na misericórdia é precisamente o ser de Deus”, explicou.

A misericórdia, acrescentou o Papa, é o “nome”, o “rosto”, o “coração” de Deus, apresentando nos Antigo Testamento como “lento na ira”.

“Deus sabe esperar, os seus tempos não são impacientes como os dos homens. Ele é como sábio o agricultor que sabe esperar, deixa crescer a boa semente, apesar da cizânia”, exemplificou.

Além da fidelidade “sem limites”, Francisco sublinhou a grandeza e a bondade como atributos divinos.

“Deus é grande e poderoso, mas esta sua grandeza e esta sua força usa-as para nos amar a nós, tão pequeninos, incapazes”, sustentou.

Neste amor, é Deus que “dá o primeiro passo, que não depende dos méritos humanos”, com plena “gratuidade”.

“Deus vigia constantemente sobre nós para nos conduzir à vida”, afirmou.

Esta misericórdia, leva à “festa”, para que ninguém esteja “excluído” da mesma.

No final do encontro, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa.

“Não nos cansemos de vigiar sobre os nossos pensamentos e atitudes para saborear desde já o calor e o esplendor do rosto de Deus misericordioso, que havemos de contemplar em toda a sua beleza na vida eterna”, disse.

A primeira audiência pública de 2016 serviu ainda para que Francisco deixasse votos de “esperança e de paz” para o novo ano.

OC

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