Igreja/Portugal: Cardeal-patriarca saúda reposição dos feriados religiosos

Decisão «corresponde à verdade das coisas», diz D. Manuel Clemente

Fátima, Santarém, 10 jan 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa saudou a reposição dos feriados religiosos do Corpo de Deus e de Todos os Santos em Portugal, que “são datas muito caras na tradição católica” de grande parte da população.

“Estão muito no coração do catolicismo português, é uma tradição religiosa de grandíssima parte da nossa população e haver possibilidade de o fazer publicamente, dedicando-lhe um dia, corresponde à verdade das coisas”, comentou D. Manuel Clemente, em declarações à Agência ECCLESIA.

O dia do Corpo de Deus (solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no calendário católico) é um feriado móvel, celebrado sempre a uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa, que este ano se festeja a 26 de maio.

A solenidade de Todos os Santos é um feriado fixo, assinalado a 1 de novembro.

A suspensão dos feriados religiosos foi resultado de um "entendimento excecional" entre a Santa Sé e o Governo português, em 2012, com uma duração máxima prevista de cinco anos.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares anunciou na Assembleia da República que a Santa Sé manifestou-se favorável à reposição dos dois feriados religiosos retirados em 2012

“Os contactos com a Santa Sé já foram iniciados. A Santa Sé é favorável à reposição dos feriados religiosos”, disse Pedro Nuno Santos, esta sexta-feira, dia 8 de janeiro, no final do debate parlamentar sobre os diplomas do PS, PCP, PEV e BE para a reposição de quatro feriados, e do PSD e do CDS-PP para uma reavaliação.

Quando à reposição dos feriados civis também suprimidos em 2012 – 5 de outubro e 1.º de dezembro -, D. Manuel Clemente destacou que “são datas marcantes da história” nacional.

Em relação a algumas propostas de que os feriados sejam celebrados perto dos fins-de semana, o cardeal-patriarca de Lisboa explicou que, no calendário católico, quando uma festa litúrgica não se pode celebrar no próprio dia, “celebra-se ao domingo”.

“A Epifania [Dia de Reis] que é dia 6 de janeiro e a Ascensão no tempo pascal, a quinta-feira também chamada da espiga, passaram para o domingo”, exemplificou.

Sobre o atual processo eleitoral que vai chamar os portugueses a cumprir o dever cívico de escolher o novo Presidente da República, a 24 de janeiro, D. Manuel Clemente comentou que se deve “ouvir quem se propõe a esse serviço”.

“É de um serviço que se trata, muito importante na vida nacional e depois a consciência, cada um escolhe e vota”, observou.

O cardeal-patriarca de Lisboa falou à Agência ECCLESIA à margem das celebrações dos 100 anos da morte da fundadora da Congregação das Dominicanas de Santa Catarina de Sena, a irmã Teresa de Saldanha, e os 150 anos do início congregação, este sábado, em Fátima.

HM/CB/OC

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