Vaticano: Porta-voz confirma passagem do Papa pela República Centro-Africana

Primeira viagem de Francisco a África começa no Quénia e Uganda, com preocupações pela paz e diálogo entre religiões

Cidade do Vaticano, 19 nov 2015 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano confirmou hoje que o Papa quer visitar a República Centro-Africana na sua primeira viagem a África, de 25 a 30 de novembro, com passagens prévias pelo Quénia e Uganda.

“O motivo pelo qual o Papa vai à República Centro-Africana é manifestar a sua proximidade ao povo que sofre por causa dos conflitos e das tensões”, revelou o padre Federico Lombardi.

A 1 de novembro, Francisco tinha manifestado no Vaticano a sua “grande preocupação” com a situação na República Centro-Africana (RCA), um cenário de violência que colocava em risco a sua viagem ao país.

“Tenho a intenção de abrir a porta santa da Catedral de Bangui no domingo, 29 de novembro, durante a viagem que espero poder realizar a essa nação”, referiu então.

Francisco, que se vai deslocar em papamóvel aberto, quer levar uma “mensagem de paz e de reconciliação”, disse aos jornalistas o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, sublinhando ainda as preocupações com a promoção do diálogo inter-religioso e a luta contra a pobreza.

“O Papa deseja ir à República Centro-Africana, o programa continua a ser ir lá, estamos todos orientados neste sentido e, como qualquer pessoa sensata, acompanhamos a situação e vemos o que acontece. Na situação atual, continuamos a prever ir à República Centro-Africana”, referiu o padre Federico Lombardi.

Apenas um “imprevisto” poderia levar a tomar decisões em sentido contrário, acrescentou, admitindo que os recentes atentados em Paris geraram um "clima de preocupação" a nível global.

A 11ª visita internacional do pontificado começa em Nairobi, meses depois da morte de cerca de 150 universitários cristãos, num ataque da milícia islamita Al-Shabab, em Garissa, a 2 de abril.

Francisco vai fazer uma visita de cortesia ao presidente da República do Quénia e participará no encontro com as autoridades e o Corpo Diplomático.

Já no dia 26 de novembro, o Papa começa o dia com um encontro inter-religioso e ecuménico, seguido pela Missa no Campus universitário da capital, esperando-se a participação de 300 mil pessoas; de tarde está previsto o encontro com o clero e os religiosos e a visita ao escritório da ONU em Nairobi, onde vai discursar sobre questões ambientais.

No dia seguinte, Francisco começa por visitar o bairro pobre de Cangemi, junto da comunidade jesuíta da Paróquia de São José operário, antes de um encontro com jovens no Estádio Kasarani e de uma reunião privada com os bispos católicos do Quénia.

A partida para Entebe, Uganda, acontece ainda no dia 27 de novembro, começando com uma visita de cortesia ao presidente da República e o encontro com as autoridades e o corpo diplomático; o Papa visita depois o memorial dos mártires ugandeses para uma saudação a catequistas e professores.

No sábado, dia 28, Francisco vai deslocar-se aos dois santuários dedicados aos mártires ugandeses, 22 católicos e 10 anglicanos, e preside à Missa pelos Mártires de Uganda na área do santuário católico, com cerca de 200 mil pessoas; segue-se o encontro com os jovens em Campala, a visita à Casa de Caridade Nalukolongo e os encontros com os bispos de Uganda, os membros do clero e dos institutos religiosos.

A 29 de novembro, o Papa parte para Bangui, República Centro-Africana, e tem como primeiro compromisso a visita de cortesia à chefe de Estado de transição do país, seguida pelo encontro com os líderes políticos e com o corpo diplomático.

Num país a recuperar das feridas da guerra civil, Francisco desloca-se a um campo de refugiados, junto a uma paróquia católica da capital deste país, com cerca de duas mil pessoas.

A tarde vai ser preenchida com vários outros compromissos: encontro com os bispos centro-africanos e as comunidades evangélicas, empenhadas na promoção da paz junto dos muçulmanos; a Missa com religiosas, catequistas e jovens na Catedral de Bangui, com a abertura da Porta Santa; a confissão de alguns jovens e a vigília de oração na esplanada diante da Sé.

Na segunda-feira, dia 30 de novembro, o Papa encontra-se com a comunidade muçulmana na Mesquita Central de Koudoukou em Bangui, e preside depois à Missa no Estádio do complexo desportivo Barthélémy Boganda, com cerca de 35 mil pessoas, no último momento da agenda, que prevê 19 intervenções no total.

A primeira viagem de um Papa a África foi a de Paulo VI ao Uganda, em 1969; João Paulo II esteve em mais de 40 países africanos e Bento XVI visitou três nações: Angola, Benim e Camarões.

OC

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