Vice-presidente do episcopado português frisa a importância de não transformar esta tragédia numa «guerra entre religiões»
Leiria, 14 nov 2015 (Ecclesia) – O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) diz que os atentados de Paris requerem “uma reação solidária da parte de todos” no sentido de “contrastar” a violência que atingiu a capital francesa.
“Quero antes de mais unir-me à dor de todo o povo francês, ao sofrimento das famílias atingidas por este drama, e fazer votos para que não se perca a serenidade no meio disto tudo e que sejamos capazes de estender pontes de reconciliação”, disse D. António Marto, em declarações à Agência ECCLESIA.
Esta sexta-feira à noite, uma série de atentados armados e bombistas, em vários pontos de Paris, provocaram a morte a pelo menos128 pessoas.
A violência, que provocou ainda centenas de feridos, poderá ter por trás a mão do Estado Islâmico, que já divulgou um vídeo onde apela à realização de mais ataques terroristas.
Para o vice-presidente da CEP, é fundamental que estes acontecimentos não sejam transformados “numa guerra entre religiões”.
“Esta situação partiu de um grupo de extremistas e por isso que não percamos a serenidade nem a racionalidade, mas sim que Deus nos inspire a encontrar caminhos de paz”, apelou aquele responsável católico.
Numa altura em que Portugal está envolvido num processo de acolhimento a refugiados, muitos deles provenientes de países do Médio Oriente, de maioria muçulmana, D. António Marto espera que estes atentados não levem as pessoas a “fecharem os corações a quem foge exatamente do terrorismo e da miséria”.
“Não caiamos na tentação do medo frente aos refugiados nem nos fechemos no nosso egoísmo, mas acolhamos sempre com caridade e com fraternidade, embora com a prudência necessária que os Estados devem ter”, complementou.
D. António Marto concluiu convidado todas as comunidades portuguesas a se unirem “em oração pelas vítimas” dos atentados em Paris.
JCP