Afirma D. José Traquina, da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
Lisboa, 14 nov 2015 (Ecclesia) – D. José Traquina, da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, classificou hoje os atentados em Paris como uma “regressão” no caminho da humanidade que deveria ter sempre “a pessoa como o que há de mais sagrado”.
Em entrevista concedida esta manhã à Agência ECCLESIA, o bispo auxiliar de Lisboa sublinhou a preocupação da Igreja Católica em Portugal pela tragédia na capital francesa, onde uma série de atentados terroristas fizeram pelo menos 128 mortos e 250 feridos.
Para o prelado português, “esta forma de estar a conduzir a História não é a verdade acerca da humanidade”.
“Numa sociedade aberta em regime de respeitabilidade pela diferença, quem é que toma iniciativas desta natureza?”, questiona o bispo auxiliar de Lisboa, para quem “o diálogo” deve ser a única “arma de entendimento e de relacionamento entre as pessoas”.
“Não vamos pelo caminho da vingança, vamos continuar a afirmar o respeito pela vida humana, a respeitar os valores que nos identificam”, apela D. José Traquina.
Apesar de ainda não estar confirmado, a tragédia que tomou conta de Paris poderá ter partido do grupo terrorista Estado Islâmico.
Sobre a possibilidade destes acontecimentos terem influência no processo de acolhimento aos refugiados em Portugal, já que muitos deles são provenientes de países de maioria muçulmana, como o Irão ou a Síria, o bispo auxiliar de Lisboa acredita que a marcha da solidariedade não será travada pela desconfiança ou pelo medo.
“Espero que não, porque os refugiados estão exatamente a fugir da violência. Espero é que eles não sejam atingidos, que não fujam de um lado e apanhem do outro”, aponta o responsável católico, lembrando o drama que estas pessoas têm vivido nos seus países de origem, devido a problemas como a guerra e a discriminação étnica e religiosa.
“Muitas destas pessoas estão a sofrer, deixaram as suas terras, os seus bairros, as suas casas e portanto merecem o acolhimento e a nossa vontade de acolhimento é grande”, realça D. José Traquina.
PR/JCP