Movimento defende valor do trabalhador enquanto pessoa e não como «besta de carga»
Lisboa, 13 nov 2015 (Ecclesia) – A Juventude Operária Católica (JOC) comemora hoje 80 de presença em Portugal e considera que as organizações que promovem a “valorização dos jovens” enquanto “pessoa e não ‘besta de carga’” devem ser apoiadas.
“É urgente que todas as organizações e movimentos sociais que promovem a valorização e formação da pessoa enquanto pessoa e não ‘besta de carga’, sejam mais numerosas e mais valorizadas e apoiadas, para que a sua missão cresça e seja mais alargada”, defende a JOC em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA..
No documento o movimento juvenil denuncia que na atual “sociedade instável” aumenta o número de jovens “com depressão e as tentativas de suicídio”; a taxa de desemprego é elevada e as situações de trabalhão precário “são frequentes” e mesmo as escolas “contribuem e são promotoras” dessa mesma “precariedade, exploração e aumento do stress”.
“A necessidade de tornar os jovens protagonistas, que crescem em compromisso e responsabilidade, conduz à vontade de oferecer um caminho de preparação para o mundo do trabalho, através do conhecimento dos direitos e deveres enquanto trabalhadores, lutando por melhores condições de trabalho e identificando as necessidades de ação”, desenvolve a JOC.
Neste contexto, considera que continua a fazer sentido existir na sociedade porque existem jovens que “necessitam de apoio e precisam ser acolhidos” para terem uma oportunidade de “transformar as suas vidas”.
A JOC explica que, “hoje como sempre”, desde há 80 anos em Portugal, a sua formação “desinstala e não deixa permanecer indiferentes” apontando caminhos revela “projetos de vida e aposta nos jovens como agentes de mudança”.
O movimento juvenil de ação católica destaca que acolhe os jovens com os seus problemas, inquietações e dúvidas “na luta pela sua dignidade” com um método de Revisão de Vida que propõe olhar à volta e “ver para além do aparente e do ilusório indo à procura da verdade e da realidade, por vezes silenciada”.
A JOC vai continuar a desenvolver a reflexão e a propor um estilo de vida “assente nos valores cristãos e no direito à felicidade que Jesus Cristo oferece a todos”.
Das suas atividades constam momentos de oração, reuniões de grupo, encontros, acampamentos, assentes na educação não-formal e nas relações com outos jovens como “meio de aprendizagem e de participação” que conduz à “vontade de construção de um mundo melhor”.
Hoje a Juventude Operária Católica comemora os 90 anos do surgimento do movimento e também os 70 anos de jornal/revista ‘Juventude Operária’.
Os 133 anos do nascimento de Joseph Cardijn, o fundador deste movimento, são assinalados também neste dia com o lançamento da obra “O Livro azul de Cardijn”, sobre a sua história de vida e da JOC, em diversas localidades, como Braga, Porto, Coimbra e Lisboa.
CB/PR