Responsáveis associaram-se à celebração dos 100 anos da Associação de Médicos Católicos Portugueses
Lisboa, 07 nov 2015 (Ecclesia) – O ministro da Saúde e o cardeal-patriarca de Lisboa sublinharam hoje a importância da colaboração entre o Estado, misericórdias e ordens religiosas nos cuidados de saúde.
D. Manuel Clemente disse aos jornalistas, no âmbito das celebrações dos 100 anos da Associação de Médicos Católicos Portugueses (AMCP), que é necessário respeitar o princípio da subsidiariedade, sem que a iniciativa estatal se sobreponha à da sociedade.
“Quando o espaço político olha para a sociedade portuguesa, encontra-a com muitas e boas realidades associativas, com provas dadas ao serviço das pessoas e do bem comum”, sustentou.
Já o ministro da Saúde, Fernando Leal Costa, recordou que em muitos casos as instituições católicas superam a “capacidade pública instalada” em termos de resposta aos doentes, particularmente na área da saúde mental.
“Não podemos olhar para esses parceiros com alguma sobranceria, como se deles não precisássemos”, alertou, referindo que a saúde é uma “matéria absolutamente essencial”.
O médico elogiou a AMCP, uma associação “centenária” que reforça a “ideia de que os valores da Igreja Católica são fortes, perenes”.
“Num tempo em que muito frequentemente vemos que se alteram valores para justificar os factos, é bom poder apelar um grupo de pessoas para quem os valores estão em primeiro lugar”, indo para lá das “conveniências do momento”, realçou Fernando Leal Costa.
O cardeal-patriarca, por sua vez, sublinhou a importância de associações como esta, através das quais a Igreja Católica pode apresentar-se com “posições experimentadas, por gente que está nos diversos setores da sociedade e, por isso, falam de dentro”.
A Associação dos Médicos Católicos assinalou os seus 100 anos de atividade em Portugal com um encontro, em Lisboa, denominado ‘Ser médico, ser católico: 100 anos! E agora?’.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente da AMCP falou do centenário como uma oportunidade de “revitalização”, com a chegada de jovens médicos e estudantes, e de tomada de consciência das próprias responsabilidades no testemunho da fé.
“A primeira coisa que se pede a um médico católico é que seja exemplar, na relação com os doentes e na forma de estar na vida”, frisa Carlos Alberto da Rocha.
O encontro decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, reunindo dezenas de membros e amigos da associação nascida no Porto, em 1915, hoje composta por cerca de 650 médicos.
Sofia Reimão, presidente do núcleo de Lisboa da associação, apresentou uma reflexão sobre “ser médico, ser católico”, na qual alertou para a mudança de “paradigma”, que passou da centralidade do “cuidar e servir” para um modelo “técnico-científico”.
D. Manuel Clemente adiantou que o Patriarcado de Lisboa está a preparar, para “finais do próximo ano”, um congresso das associações profissionais católicas, desejando que a sociedade “conheça as propostas” que estes vários grupos apresentam.
O encontro comemorativo concluiu-se com uma Missa presidida pelo núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato.
OC