Afirmou o Cardeal Patriarca de Lisboa O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, considera a permanência do “barco do aborto”, na Figueira da Foz, “uma provocação”. Em declarações ao Diário do Minho, o bispo de Lisboa refere que “esta acção faz parte de uma estratégia de pressão de um grupo internacional que articula movimentos diferentes de vários países. Pretendem chocar a opinião pública”. Reafirmando a importância do debate e da liberdade de expressão, D. José Policarpo declarou que se vive “numa sociedade livre, mas os países têm a sua dignidade”. O cardeal questionou a razão pela qual esta iniciativa incidiu apenas a Irlanda e Polónia, e agora Portugal, países restritivos em relação ao aborto. “E se existisse um movimento contrário em relação à eutanásia na Holanda?” – interpelou o prelado. Considerando o problema suficientemente grave e sério para colocar os portugueses em constante sobressalto, referiu que se “pretende «re-incendiar uma fogueira que está em lume brando»”. «Temos de nos habituar a viver numa sociedade em constante alvoroço», referiu D. José Policarpo. O Cardeal-Patriarca exorta os cristãos a não se encolherem sempre que surge uma questão colocada de forma mais agressiva, reafirmando a «clareza da posição da Igreja Católica em relação a esta matéria». Sobre a decisão do governo português quanto à entrada do “barco do aborto” em águas nacionais, o prelado escusou-se a tecer qualquer comentário. “Não comento, mas compreendo a decisão do governo. Porém, penso que ofereceu de mão beijada o que esse movimento pretendia – um certo impacto mediático” – declarou o cardeal.
