Bispos do Sudão fazem denúncia à comunidade internacional Preocupados com a “trágica situação de Darfur”, “como pastores e ministros não podemos ignorar o aniquilamento de um grupo étnico inteiro, qualquer que seja seu credo, sexo ou clã de pertença” – denunciam os bispos católicos do Sudão. Segundo afirma a declaração dos prelados, o governo do Sudão nunca admitiu, nos últimos 10 ou 15 anos, a existência da rebelião em Darfur, mas, através dos meios de comunicação, divulgou a ideia de que as turbulências na região devem-se a roubos e saques. “Terror, violação, tortura, assassinato e escravidão” caracterizam a situação diária em Darfur onde, no último ano e meio se registraram 35 mil mortos e já há dois milhões de desabrigados internos, enquanto que se contam 200 mil pessoas refugiadas no vizinho Chade – alertam os bispos. Se o governo de Cartum “não quer assumir as suas responsabilidades, então pedimos à comunidade internacional que intervenha imediatamente. O tempo é um factor crucial para salvar vidas preciosas e inocentes” – pedem. Dirigindo-se ao governo sudanês, os bispos católicos exortam a que abra as portas às agências humanitárias, a fim de que possam levar ao país alimentos e medicamentos e também protejam os desabrigados. Igualmente pedem ao governo do Sudão que “dê passos positivos como governo cujo primeiro interesse é a protecção da vida e o respeito à dignidade dos seus cidadãos, que negocie uma solução justa e pacifica para o conflito”. Advertindo que “a guerra não é o melhor modo para resolver os problemas”, os prelados pedem a ambas partes em conflito que se sentem à mesa de negociações “para conseguir uma solução justa e pacífica para a situação”.
