Igreja: «Está comigo permanentemente a saudade de Setúbal», disse D. Manuel Martins

Bispo emérito celebrou 40 anos de ordenação episcopal e apelou ao cumprimento dos direitos humanos

Setúbal, 26 out 2015 (Ecclesia) – D. Manuel Martins afirmou hoje na homilia da missa que assinalou os 40 anos da sua ordenação episcopal que tem “permanentemente” saudade da diocese e disse que o desafio cristão é construir fraternidade e cumprir os direitos humanos.

“Está comigo permanentemente a saudade de Setúbal. Estais sempre comigo e podeis contar sempre com a minha oração”, afirmou D. Manuel Martins na homilia da missa que presidiu na Catedral de Setúbal, o local onde foi ordenado bispo no dia 26 de outubro de 1975.

O bispo emérito de Setúbal lembrou o momento da sua ordenação, olhou os bancos onde estavam sentados os pais e os seus familiares e referiu-se também os protestos que ouviu de quem estava no exterior da Sé.

“Aquela gente não estava contra mim, não obstante a sonância das palavras que pronunciavam, estavam a pedir-me que os ajudasse a serem gente, a crescer. É isso que eles queriam com aquela voz de protesto”, lembrou.

Para D. Manuel Martins, a missão dos cristãos é “ajudar e fazer fraternidade” com “o outro diferente".

“O que não pensa como eu, o que não tem o que eu tenho e com quem devia distribuir o que tenho, o que não gosta de mim e me persegue, é o outro o diferente. A nossa missão de cristãos é de descobrir, acolher, ajudar e fazer fraternidade com toda essa gente que nos procura, com quem conversamos e até discutimos”, sublinhou.

“Um filho que procede mal pode precisar de um beijo”, disse D. Manuel Martins.

O bispo emérito de Setúbal lembrou também na homilia da missa as “situações difíceis” que viveu na região e disse que o mandamento principal dos cristãos concretiza-se no cumprimento dos “direitos humanos”.

“Cumpre com os direitos humanos e estás a amar a Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e contribuirás para um mundo melhor”, sustentou.

Na homilia da missa, que foi concelebrada pelo episcopado português, padres da diocese e participada por muitos leigos, D. Manuel Martins reafirmou a sua pertença a Setúbal, afirmada na saudação que dirigiu aos diocesanos no dia da ordenação episcopal, em 1975.

“Nasci bispo em Setúbal, agora sou de Setúbal. Aqui anunciarei o Evangelho da justiça da paz e do amor”, repetiu o bispo emérito na celebração dos 40 anos de início de ministério na região sadina.

Na Missa foi lida uma mensagem do Papa Francisco onde envia os “parabéns” a D. Manuel Martins pedindo-lhe que “não se esqueça” de rezar por ele.

D. José Ornelas, bispo de Setúbal ordenado este domingo a quem D. Manuel Martins desejou que nunca falte “a graça e a luz” para ser o bispo da “querida diocese de Setúbal”, expressou gratidão em nome da diocese pelo trabalho do seu primeiro bispo, o amor à região e a “ação profética não acomodada”.

“Volte sempre e dê-nos a alegria da sua alegria, do seu testemunho e da sua amizade”, pediu.

D. Manuel Martins é natural da diocese do Porto, onde foi ordenado sacerdote em 1951, pároco em Cedofeita e professor e vice-reitor do Seminário Maior Diocesano, até ter sido nomeado para Setúbal, em 1975, onde foi o seu primeiro bispo até 1998.

PR

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