Médio Oriente: Vidas à espera do fim da guerra

Presidente da Cáritas do Libano disse à Agência ECCLESIA, em Beirute, que a urgência é devolver às pessoas a possibilidade de sorrir

Henrique Matos, enviado da Agência ECCLESIA ao Líbano, com Tiago Azevedo Mendes

Beirute, 24 out 2015 – O presidente da Cáritas Libanesa disse à Agência ECCLESIA que a Comunidade Internacional deve fazer “pressão” para que a guerra termine, pare o tráfico de armas e iniciem negociações de paz que devolvam o sorriso às pessoas.

“É preciso que a Comunidade Internacional tome as suas responsabilidades concretas e faça uma pressão sobre os Estados que geram esta guerra”, afirmou Paul Karam em Beirute, capital do Líbano.

“Antes de tudo é preciso parar a guerra. Depois é preciso parar o tráfico de armas, é preciso encorajar as pessoas a se sentarem à volta de uma mesa e negociarem a paz, a paz que assenta na justiça, que aceita o outro”, insistiu o presidente da Cáritas Libanesa.

Para Paul Karam, a “emigração não resolve o problema”, antes a criação de condições para que as pessoas permaneçam nas suas terras.

“O que resolve o problema é parar a guerra onde ela existe e tentar deixar as pessoas onde estão. Isso é mais importante”, sublinhou.

“É preciso, a todo o custo, parar a guerra. A guerra nunca resolve o problema. A guerra agrava o problema. Paremos a guerra, trabalhemos pela paz!”, frisou Paul Karam.

O presidente da Cáritas Libanesa, Paul Karam, assinou um protocolo com o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, em Beirute, para fazer chegar ajudas de Portugal aos campos de refugiados do Líbano, que acolhem deslocados sírios.

“O acordo que foi assinado com a Cáritas Portuguesa é o primeiro passo para outras iniciativas, para tentar um serviço mais completo diante das necessidades que são emergentes e para dar um sorriso às pessoas que perderam esse sorriso por consequência da guerra e o aumento de deslocados e migrantes”, referiu Paul Karam

O Líbano, com quatro milhões de habitantes, ao acolher um milhão e meio de refugiados, “faz mais do que pode”, disse o presidente da Cáritas local, alertando para a tensão crescente por causa do aumento do desemprego.

Paul Karam pede uma “solidariedade internacional” diante do problema dos deslocados no Líbano, afirmando porque o mundo não conhece a “a crise a que se vai chegar” por causa do número crescente de refugiados.

A Agência ECCLESIA acompanhou a Cáritas Portuguesa que, em nome da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), deslocou-se ao Líbano para operacionalizar o apoio dos portugueses aos refugiados sírios que estão na fronteira libanesa.

Os contributos dos portugueses devem ser depositados no NIB 0036 0000 99105913826 45 ou entregues às organizações parceiras da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).

HM/PR

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