Maus ventos de Leste

Igreja Ortodoxa da Rússia aproveita exposição mediática para atirar as críticas de sempre ao Vaticano O Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Alexis II, deixou hoje sinais negativos em relação a uma possível aproximação aos católicos e aproveitou a exposição mediática gerada pela decisão do Papa devolver o ícone de Kazan para voltar a criticar o Vaticano. “Esperamos que a Igreja romana mude radicalmente a sua política para com os ortodoxos, que cesse as acções deliberadamente menos amigáveis”, disse o Patriarca russo em entrevista ao jornal italiano “Corriere della Sera”. Acusando católicos e protestantes de proselitismo, Alexis II pretende que o cristianiso na Rússia seja sinónimo de Igreja Ortodoxa. “Só com esta condição é possível a plenitude do diálogo católico-ortodoxo, para o qual a nossa Igreja está aberta e disponível”, afirmou. A devolução do ícone da Mãe de Deus de Kazan à Igreja Ortodoxa da Rússia está a ser encarada por João Paulo II como uma oportunidade única para uma aproximação entre as duas Igrejas. A solenidade que tem envolvido todo o processo de despedida da imagem, no Vaticano, é disso uma prova. Este ícone, depois de ter atravessado vários países e permanecido no santuário de Fátima, esteve na última década em casa do Bispo de Roma. João Paulo II devolve-o agora à Rússia, com uma mensagem muito especial: “que esta antiga imagem da mãe de Deus diga a sua Santidade Alexis II o afecto que o sucessor de Pedro tem por eles e por todos os fiéis que lhe são confiados”. Em relação à devolução do ícone da Mãe de Deus de Kazan, Alexis II disse que, para além das questões sobre a autenticidade da imagem, “ela tem um valor pelas orações que recebeu da parte de gerações de ortodoxos, dos peregrinos de Fátima e do Papa”.

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