Projeto quer valorizar património cultural, unindo instituições religiosas, autárquicas e da sociedade civil
Fátima, Santarém, 01 out 2015 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima e vários municípios e associações portuguesas uniram-se para lançar o projeto ‘Caminhos de Fátima’, a fim de melhorar a segurança dos peregrinos e valorizar este património cultural.
A iniciativa foi hoje apresentada em conferência de imprensa, recordando que cerca de cinco milhões de peregrinos visitam anualmente a Cova da Iria, muitos dos quais percorrem a pé as estradas até ao santuário nacional.
Os promotores do projeto sublinham que, a menos de dois anos do Centenário das Aparições e com a visita prevista do Papa Francisco, em maio de 2017, a prioridade é “estruturar, tornar mais seguro, certificar, interpretar e gerir todas as etapas deste percurso cultural e religioso”.
Os Programas Operacionais do Norte e do Centro tomaram a iniciativa de propor à Comissão Interministerial de Coordenação a abertura de um convite, dirigido aos 14 municípios abrangidos pelo itinerário a implementar (Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria a Velha, Águeda, Anadia, Mealhada, Coimbra, Condeixa, Soure, Pombal, Leiria e Ourém), no valor de 3,5 milhões de euros, o que viabilizará intervenções com um investimento superior 4 milhões de euros.
‘Os Caminhos de Fátima’ vão procurar, nesta fase inicial, organizar um itinerário alternativo ao que é atualmente percorrido, por forma a retirar peregrinos e caminhantes das estradas nacionais.
Além do Santuário de Fátima e dos 14 municípios referidos, o projeto inclui a Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, as três Comunidades Intermunicipais do território abrangido (Aveiro, Coimbra e Leiria), as Estradas de Portugal e a REFER, o Instituto para a Mobilidades e os Transportes, os guias acreditados junto do Santuário, as forças de Segurança, a Cruz Vermelha e o Corpo de Voluntários da Ordem de Malta.
A primeira etapa já estudada – que ligará Porto a Fátima, numa distância de 212 quilómetros -, é percorrida por 80% dos peregrinos/caminhantes que chegam ao Santuário.
O itinerário alternativo vai desenrolar-se, em 96% da sua distância, fora das Estradas Nacionais (N1), com um acréscimo de 8% na distância total do percurso.
Com a concretização deste trajeto vai ser possível “recuperar calçadas romanas, atravessar vales agrícolas, aproveitar canais ferroviários desativados ou a desativar, incorporar margens ribeirinhas, integrar caminhos rurais e atravessar povoados”.
Os municípios envolvidos já avançaram para a constituição de uma Associação dedicada ao tema, aberta a todas as participações privadas e públicas.
Os serviços do Santuário registaram em 2014 a presença de peregrinos oriundos de 84 países.
OC