Iniciativa inclui realização das Jornadas da Catequese
Lisboa, 23 set 2015 (Ecclesia) – A responsável pelo setor da Catequese, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), explica o propósito de dedicar a Semana Nacional da Educação Cristã ao tema da misericórdia, dando enfoque no perdão e reconciliação.
“Estamos a preparar-nos para o Ano da Misericórdia e temos uma expectativa em termos da formação, da reflexão e como o Papa pede em torno do perdão, da aceitação e da compreensão do outro”, assinala Cristina Sá Carvalho.
À Agência ECCLESIA, a responsável pelo setor da Catequese, no SNEC, contextualiza que consideram esta dimensão “fundamental” no processo de conversão de cada educador e “obviamente” também para “alimentar todos os projetos” que a Igreja em Portugal desenvolve com os valores e a qualidade de fé.
A Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé publicou uma nota intitulada ‘Felizes os misericordiosa porque alcançarão misericórdia’ que, segundo Cristina Sá Carvalho, centra-se no que cada um “deve ser e naquilo que deve dar”, num mundo que vive situações de “grande dureza”.
“A misericórdia vem como um apelo, como resposta a uma urgência de salvar o ser humano na sua globalidade e vida neste planeta”, observou.
Neste contexto, a responsável pelo setor da Catequese destacou também da nota dos bispos portugueses e da Bula do Papa Francisco para o Ano Jubilar a “dimensão do perdão” e em concreto o “sacramento da reconciliação” na educação cristã.
“As pessoas precisam naturalmente de assumir aquilo que são, que é a nossa natureza, pecadora, muitas vezes incipiente, desligada, às vezes descontrolada, dai ser violenta e que precisa de reflexão e reconversão”, desenvolveu, acrescentando que a educação da pessoa faz-se ao longo da vida e “a conversão também mas pressupõe arrependimento”.
O tema da educação cristã, a “debandada da juventude” e uma catequese mais testemunhal e menos doutrinal, esteve nas preocupações do Papa à Conferência Episcopal Portuguesa, na recente visita ‘Ad Limina’, e a responsável considera que Francisco fez “uma leitura muito correta da situação e preocupações” que já existem na Igreja.
Segundo Cristina Sá Carvalho, os estudos indicam que quem fez 10 anos de catequese, 12 de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) “precisam de espaço para testar” e “ver como é o mundo”: “Não é só apenas desejo de rebeldia mas confirmar o que foi dito pelos adultos. Os jovens têm necessidade de sentir, ver as coisas e as tocar muito diretamente.”
Neste contexto, existe o “esforço” de tirar a catequese das salas e, por exemplo, nos novos manuais de EMRC, e futuramente na catequese da adolescência, foi incluído o conceito de “pedagogia do serviço” que engloba as três dimensões referidas pelo Papa – intelectual, emocional e agir – que “dará muitos frutos”.
Durante sete dias, pretende-se "mostrar e dar visibilidade à Educação Cristã em Portugal através de várias iniciativas", com destaque para as Jornadas Nacionais de Catequistas – Educar na Misericórdia de Deus -, que se iniciam esta sexta-feira, em Fátima.
No domingo, os participantes reúnem-se para a celebração da Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade, sob presidência de D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.
Ainda no domingo, pelas 11h00, D. Manuel Pelino, presidente da referida Comissão Episcopal da Educação, preside, na Sé de Santarém, à Eucaristia de encerramento da Semana Nacional com transmissão em direto pelo grupo Renascença.
PR/CB