«Ad Limina»: Visita com história reforça «comunhão» entre a Igreja universal e cada diocese

Padre João Chaves, açoriano, esteve 15 anos ao serviço da Cúria Romana

Angra do Heroísmo, Açores, 04 set 2015 (Ecclesia) – O padre açoriano João Chaves, que esteve 15 anos ao serviço da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), considera que a visita ‘ad Limina’ é um “momento simbólico” para “reforçar a ideia de comunhão”.

Numa entrevista ao sítio ‘Igreja Açores’ e ECCLESIA, o sacerdote dehoniano lembra a da história destas visitas para sublinhar que “face à facilidade e aos canais de comunicação” que existem entre a Santa Sé, as conferências episcopais e as dioceses, “ninguém está à espera desta visita para resolver problemas”.

Por isso, sustenta, há sobretudo “valor simbólico” nestas visitas que se realizam periodicamente, com o intuito de visitar o túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo e encontrar-se, particularmente, com o Papa – o que no caso dos bispos portugueses vai acontecer na segunda-feira.

As visitas ‘ad Limina’ foram estabelecidas de uma forma “mais clara” no Pontificado de Sisto V, em 1585, através da constituição ‘Romanus Pontifex’, e as regras foram revistas em dezembro de 1909 pelo Papa São Pio X, através de um decreto sobre a Congregação Consistorial, fixando que cada bispo deveria enviar ao Papa um relatório sobre o estado da sua diocese de 5 em 5 anos, começando em 1911.

Estas visitas remontam, no entanto, aos primeiros séculos do cristianismo, embora ainda sem o posterior carácter obrigatório, consagrado no pontificado de Pascoal II (1099-1118).

O Concílio de 743, presidido por São Zacarias, decretou que os bispos no Ocidente deviam ser consagrados pelo Papa; os que residissem perto de Roma deveriam visitar a Santa Sé anualmente e os que estavam longe deveriam escrever anualmente ao Papa.

A visita continua a ser precedida do envio de um relatório sobre o estado de cada diocese, que é lido pelos vários responsáveis da Cúria Romana.

“Nos 15 anos que passei em Roma tive a possibilidade de perceber o estado de muitas igrejas locais. Os problemas culturais da igreja na Europa; a vitalidade da América Latina; as dificuldades em África e na Ásia, é uma experiência que enriquece qualquer pessoa”, relata o padre João Chaves.

Esta entrevista vai estar em destaque na emissão do programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, este domingo, a partir das 06h00, dedicada à viagem dos bispos portugueses ao Vaticano.

IA/OC

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