Vaticano: Carisma «deve entrar em contacto com a realidade» disse Papa aos padres de Schoenstatt

Cidade do Vaticano, 03 set 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco realçou hoje aos participantes do quinto Capítulo Geral do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt que os seus 50 anos de fundação são oportunidade de reflexão sobre o carisma e a sua transmissão aos jovens.

“Um carisma não é uma peça de museu que permanece intacto numa caixa de vidro para ser contemplado. Fidelidade, mantendo o carisma puro não significa de forma alguma trancá-lo num frasco lacrado, como água destilada, para não ser contaminada”, alertou o Papa.

Para Francisco, o carisma “deve entrar em contacto com a realidade”, com as pessoas, com as suas “inquietações e problemas” para que desta forma “cresça, se renove e a realidade se transforme”.

Na audiência desta manhã, Francisco partilhou com os sacerdotes do Instituto de Schöenstatt três atitudes que podem ajudá-los na vida sacerdotal: “Contemplação, serviço e fraternidade.”

“Deus nos livre do espírito do funcionalismo”, assinalou, revelando que na contemplação deixam que o Senhor “surpreenda e abra caminhos de graça na vida”.

Segundo Francisco é no serviço que o sacerdote “realiza sua verdadeira vocação”: “Ele tem de elevar-se com a contemplação para entrar no coração de Deus e, por outro lado, baixar-se continuamente no serviço e lavar e curar as feridas de seus irmãos.”

Na terceira atitude, a fraternidade, revelou aos sacerdotes que eles “nunca” estão sós e apesar de não escolherem os “irmãos” podem “fazer a opção consciente e fecunda de amá-los” com defeitos e virtudes, limites e potencialidades.

“Por favor, que nas vossas comunidades nunca haja indiferença, comportem-se como homens. Se surgirem discussões ou diferenças de opiniões não se preocupem, é melhor o calor da indiferença que a frivolidade da indiferença, verdadeiro sepulcro da caridade fraterna'', desenvolveu.

O Papa pediu ainda aos sacerdotes do Instituto de Schöenstatt, que participam na sua quinta reunião magna em Roma, que dediquem muito tempo ao sacramento da reconciliação durante o Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016).

“Sejam nas comunidades testemunhas da misericórdia e da ternura de Deus”, apelou Francisco que recordou o exemplo de um frade de Buenos Aires que “é um grande confessor”.

Segundo o Papa argentino, o padre que “tem quase” a sua idade “às vezes fica cheio de escrúpulos por ter perdoado demais” e quando isso acontece, contou certa altura ao arcebispo Jorge Mário Bergoglio, vai para a capela, olha para o sacrário, e diz: «Senhor, perdoe-me, hoje perdoei demasiado, porém que fique claro que o mau exemplo foi o Senhor quem me deu.»

"Sejam grandes confessores, por favor", acrescentou Francisco.

O Papa pediu ainda aos sacerdotes que “acompanhem e cuidem das famílias”, especialmente aquelas que “atravessam momentos de crise ou dificuldade” e que rezem por ele.

O Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt foi criado para estar a serviço do Movimento Apostólico pelo Padre José Kentenich, a 18 de julho de 1965.

O sacerdote já tinha fundado o Movimento Apostólico de Schoenstatt, como um caminho de renovação espiritual na Igreja, a 18 de outubro de 1914.

Atualmente estão presentes em 42 países e o seu nome provém do santuário mariano perto de Koblenz, na Alemanha.

RV/CB

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