Lisboa, 03 set 2015 (Ecclesia) – O patriarca greco-católico melquita da Síria comparou a “onda quase coletiva de emigração da juventude” a um “tsunami” e apelou aos jovens que não emigrem, numa carta aberta.
“Apesar de todo o vosso sofrimento, fiquem! Tenham paciência! Não emigrem! Fiquem por causa da Igreja, pela vossa pátria, pela Síria e pelo seu futuro! Fiquem! Fiquem, por favor!”, escreveu Gregório III.
Segundo a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o responsável religioso interroga-se sobre as consequências da “quase onda coletiva de emigração” no “futuro” da Igreja e do país, as “paróquias e instituições”.
O patriarca greco-católico melquita da Síria revela também uma grande preocupação por situações idênticas noutras regiões do Médio Oriente, como “o Líbano e o Iraque”.
Na carta à juventude, o prelado encorajar a juventude cristã da Síria a ficar na sua pátria e recordou situações em que a Igreja recuperou “após surtos de perseguição”, a revolução na Síria que “envolveu a morte de milhares de cristãos e a destruição de muitas igrejas na antiga cidade de Damasco”.
“Os nossos antepassados passaram por muitas dificuldades, mas praticaram a virtude da paciência e, assim, a Igreja permaneceu, o Cristianismo permaneceu e o número de cristãos até aumentou depois de 1860”, desenvolveu.
A AIS relembra também que, em fevereiro de 2015, divulgou vinte e dois novos projetos de apoio aos cristãos na Síria para reconstruírem as suas vidas, dando prioridade aos lugares mais afetados pela guerra, “num total de mais de 2,3 milhões de euros”.
“Os projetos apoiados pela AIS irão beneficiar os milhares de famílias que permanecem na Síria, através de alimentos, medicamentos, aluguer de casas, bem como aquecimento e eletricidade”, especifica.
A fundação pontifícia revela que segundo “estimativas prudentes”, da população cristã da Síria até 2011, que rondava o 1,17 milhões, “hoje 450 mil pessoas são deslocadas internos ou refugiadas noutros países”.
AIS/CB