Japão: Buscar a paz através «do desenvolvimento e não das armas»

Igreja Católica nipónica assinalou 70 anos do bombardeamento atómico às cidades de Hiroshima e Nagasaki

Tóquio, 06 ago 2015 (Ecclesia) – O Japão iniciou hoje as cerimónias em memória dos 70 anos do bombardeamento atómico às cidades de Hiroshima e Nagasazi com um minuto de silêncio e a esperança de uma paz assente no desenvolvimento e não nas armas.

Numa antevisão ao evento, em entrevista à AsianNews, o presidente da Cáritas Ásia mostrou-se convicto de que “o contributo nipónico para a paz mundial está não na sua capacidade militar” mas no redobrar dos seus esforços “em prol do desenvolvimento, sobretudo nos países mais desfavorecidos”.

“Acredito que a procura desse desenvolvimento que abre ao respeito e à defesa da dignidade humana seria muito apreciada pela comunidade internacional”, frisava D. Tarcício Kikuchi.

Em causa, atualmente no Japão, está a vontade do governo liderado por Shinzo Abe de aprovar até outubro uma revisão à constituição, que pela primeira vez desde 1947 vai dar a possibilidade às forças armadas nipónicas de participarem em operações militares no estrangeiro.

As manifestações contra esta possibilidade têm sido constantes na capital Tóquio, com manifestações a decorrerem quase diariamente em frente ao parlamento.

“A Igreja Católica japonesa está contra esta medida”, frisa D. Tarcício Kikuchi, que faz eco da mensagem dos bispos nipónicos dedicada aos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, em que os prelados salientam que “têm, como pastores, uma vocação especial em favor da paz”.

“Tal vocação não é baseada em ideologia política. Continuamos a rezar pela paz não como uma questão política, mas como um facto humano”, acrescentam.

Lançada a 6 de agosto de 1945, numa investida aérea dos Estados Unidos da América sobre o Japão e que marcaria o início do fim da Segunda Guerra Mundial, a bomba atómica de Hiroshima provocou morte imediata a cerca de 60 mil pessoas, sendo que nos dias seguintes muitas mais sucumbiram devido aos ferimentos.

Três dias depois, a cidade de Nagasaki teve o mesmo destino, num ataque que causou a morte a outras dezenas de milhares de pessoas.

No total, estima-se que os dois bombardeamentos tenham tirado a vida a mais de 140 mil homens, mulheres e crianças.

AN/JCP

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Agência ECCLESIA

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