Iraque: Patriarca caldeu no Iraque recebeu prémio «La Traglia – Etnias e Comunidades»

D. Louis Sako comentou situação de uma «Igreja mártir» e espera visita do Papa

Cidade do Vaticano, 28 jul 2015 (Ecclesia) – O patriarca da Igreja Caldeia no Iraque, líder da maior comunidade católica daquele país, recebeu esta segunda-feira o prémio internacional ‘La Traglia – Etnias e Comunidades’, da cidade italiana de Jelsi e definiu esta Igreja como sendo de “mártires”.

“Os cristãos pagam o preço desta guerra sectária entre sunitas e xiitas mas também da guerra no Médio Oriente. A identidade desta Igreja é de uma Igreja mártir”, comentou D. Louis Sako.

O prelado entende que o prémio ‘La Traglia – Etnias e Comunidades’, atribuído pela cidade italiana de Jelsi, não é para si mas para “todos aqueles que trabalham em prol da paz, em favor do diálogo”.

“A meu ver, [o prémio] é dado a todos, não só aos cristãos mas também aos muçulmanos que querem um mundo melhor, um mundo em que todos possam viver na alegria e com dignidade”, acrescentou D. Louis Sako.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o responsável religioso alertou que a política não procura o “bem-estar” das pessoas mas os “interesses económicos” e denuncia que não existe a “procura da paz”.

“Fabricar armas significa fabricar também guerras. É preciso uma renovação da política e da economia mas também da religião”, observou o líder da maior comunidade católica do Iraque.

Para o patriarca da Igreja Caldeia no Iraque os muçulmanos “devem fazer” uma leitura do Islão para “redescobrir a mensagem positiva pela vida humana, o respeito pela dignidade da pessoa”.

Neste contexto, considera que só uma ação internacional pode combater o Autoproclamado Estado Islâmico uma vez que este “tem dinheiro, vende petróleo, tem armas e um crescente número de jihadistas”.

D. Louis Sako assinalou que os cristãos podem ajudar através da “oração que pode fazer milagres” porque o que mais precisam é de “amizade, solidariedade, proximidade” e revela que estão à espera de uma visita pastoral do Papa.

“Precisamos de sua presença entre nós, de modo que nos dê muita força, esperança, não somente aos cristãos, mas a todos. O Papa é um símbolo não somente para os cristãos, é uma autoridade internacional, espiritual e moral”, desenvolveu.

O patriarca da Igreja Caldeia recebeu o prémio internacional ‘La Traglia – Etnias e Comunidades’ que já teve como vencedores Tara Gandhi, Dalai Lama e Gino Strada.

Esta foi a oitava edição do reconhecimento instituído em defesa das minorias pela cidade italiana de Jelsi pertence à província de Campobasso e fica no sul da Itália. 

RV/CB

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