Paraguai: Papa desafia jovens a ter um coração «livre»

Dezenas de milhares de pessoas no último encontro da viagem

Assunção, 12 jul 2015 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Paraguai que os jovens devem lutar por ter um coração “livre”, centrada no “serviço” e na “solidariedade”, para superar as dificuldades que surgem na vida de cada um.

“A exploração, a falta de meios para sobreviver, a toxicodependência, a tristeza, todas essas coisas tiram-nos a liberdade”, assinalou, num encontro com dezenas de milhares de pessoas, com a última intervenção pública de Francisco na sua viagem à América Latina, iniciada no último dia 5, no Equador.

O Papa ouviu o testemunho emocionado de vários jovens, com problemas familiares e financeiros, para além de encenações e músicas relativas à realidade juvenil e aos ensinamentos pontifícios.

Antes de chegar ao local, Francisco despediu-se da Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé), onde ficou alojado na capital paraguaia desde sexta-feira, quando chegou ao país, vindo da Bolívia, tendo rezado com as pessoas que esperavam pela sua saída.

Já no encontro com os jovens, o Papa desafiou os presentes a ter o coração “livre”, que “possa dizer o que pensa, o que sente, e que possa fazer o pensa e o que sente”.

“Faz falta ir contra a corrente”, defendeu.

Neste contexto, Francisco desafiou os jovens a repetir uma oração com esta intenção, todos os dias: “Senhor Jesus, dá-me um coração livre, que não seja escravo de todas as armadilhas do mundo, que não seja escravo do comodismo, do engano; que não seja escravo da boa vida, que não seja escravo dos vícios; que não seja escravo de uma falsa liberdade que é fazer o que me apetece em cada momento”.

O pontífice argentino elogiou depois os testemunhos dos jovens Manuel e Liz, símbolos dos “corajosos” paraguaios.

“Não há que ser como Pôncio Pilatos e lavar as mãos”, sustentou, aludindo ao exemplo de Liz, que cuida da mãe e da avó, doentes.

Francisco realçou depois a importância da “solidariedade” e convidou aqueles que têm possibilidade de estudar e de trabalhar a dizer “obrigado Senhor”.

“A vida não é fácil para muitos jovens e quero que entendam isso, que o metam na cabeça”, acrescentou.

O Papa disse em seguida que é preciso ter “esperança, trabalho, lutar pela vida, seguir em frente”.

“Não queremos jovens fraquinhos, que estão para aí, nem ‘sim’ nem ‘não’. Não queremos jovens que se cansem depressa e que vivam cansados, com cara de aborrecidos”, prosseguiu.

O Papa apresentou as “bem-aventuranças” como o programa de vida proposto por Jesus, antes de despedir-se dos jovens, brincando com a sua habitual expressão “armem confusão” (hagan lío).

OC

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