Aborto: Debate «é entre quem quer reduzir um filho a uma coisa e os que reconhecem nele uma dignidade que o torna intocável»

Associação de Apoio a Defesa da Vida de Aveiro assinala 15 anos de existência

Aveiro, 30 jun 2015 (Ecclesia) – A Associação de Apoio e Defesa da Vida (ADAV) de Aveiro vai assinalar este sábado 15 anos de existência, num momento em que o Parlamento começa a discutir uma lei de apoio à maternidade e paternidade.

Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, o presidente da ADAV – Aveiro saúda o facto da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, “ter feito justiça à palavra dada”, respeitando a vontade dos cerca de 50 mil cidadãos que assinam a proposta de lei.

Luís Manuel Silva espera que a discussão no Parlamento, esta quinta-feira, leve “algumas das propostas a serem prosseguidas” e sobretudo que ajude a que mais crianças “possam nascer, graças a uma maior proteção do Estado”.

Isso significaria que o país “despertou para o que verdadeiramente está em causa”, realça aquele responsável, sublinhando que a discussão sobre o aborto “não é nem nunca foi fundada entre os que defendem a liberdade e os que não a defendem”.

“É entre os que querem reduzir um filho a uma coisa e os que reconhecem num filho uma dignidade que o torna intocável. Ninguém que é contra o aborto é contra a liberdade, mas é a liberdade de todos, um filho também tem liberdade e esse direito não pode ser cerceado”, sublinha.

Fundada em 2000, a ADAV – Aveiro apoia por ano cerca de 500 pessoas, entre grávidas, crianças até aos três anos e respetivos agregados familiares.

Números que, de acordo com Luís Manuel Silva, “têm crescido ao longo dos anos” muito por culpa também “da crise que afetou o país”.

Sobre a “Lei de Apoio à Maternidade e Paternidade – Pelo Direito a Nascer”, que foi apresentada à Assembleia da República, o presidente da ADAV – Aveiro abordou alguns pontos que têm causado mais celeuma, como a proposta do fim da isenção do pagamento de taxas moderadoras para as mulheres que recorrem ao aborto.

“Sendo o aborto considerado por todos como uma prática a inibir, como é que ele pode ter o suporte do Estado com uma isenção de uma taxa, quando para outras situações que são de obrigação as pessoas não são isentas?”, questiona.

Outro elemento que a associação “gostava de ver discutido sem tanto nevoeiro é o problema do visionamento da ecografia”.

“O que a iniciativa legislativa pretende é garantir o visionamento da ecografia, porque nós sabemos que quando um pai e uma mãe veem pela primeira vez a ecografia do filho a desenvolver-se, se tinham dúvidas essas dúvidas desaparecem, a coisa deixa de ser coisa e passa a ser filho”, acrescenta.

A ADAV – Aveiro tem apostado também cada vez mais na sensibilização para o planeamento familiar e na educação sexual de adolescentes e jovens, em parceira com as escolas da região.

Para Luís Manuel Silva, “é impossível fazer educação sexual se ela for apenas informação, e é essa a aposta da ADAV, transmitir informação segura e medicamente sustentada mas que ao mesmo tempo seja orquestrada num contexto de valores”.

O programa de celebração dos 15 anos da ADAV – Aveiro prevê este sábado um concerto, na igreja de Jesus, e o lançamento do livro ‘A vida conta… Branco no preto’.

Uma obra que, segundo Luís Manuel Silva, reúne contributos de “pessoas reconhecidas pelo seu envolvimento na defesa da vida e dos mais frágeis”, como os médicos Daniel Serrão, Walter Osswald e a escritora Maria Teresa Maia Gonzalez.

JCP

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