Braga: Arcebispo sublinha importância do Bom Jesus como centro de espiritualidade e acolhimento

Santuário vai ser elevado à categoria de basílica menor

Braga, 26 jun 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga considera que a elevação do Santuário do Bom Jesus a basílica menor, por parte da Santa Sé, é um reconhecimento do papel como deste local como “exemplo” de ação litúrgica, espiritualidade e acolhimento.

“A nova basílica é, e deverá tornar-se ainda mais, um verdadeiro livro aberto, inteligível por todos bracarenses e turistas, sobre a bondade de Jesus, o Bom Jesus”, escreve D. Jorge Ortiga, em texto publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

O mais recente número da publicação é dedicado ao Santuário do Bom Jesus, que vai ser elevado a basílica no próximo dia 5 de julho.

Neste contexto, o arcebispo primaz destaca o “valorosíssimo” património artístico e ambiental do “Bom Jesus” que é “memorável e encantador”.

Do património edificado constam a basílica, 19 capelas, o escadório e fontes “da purificação dos sentidos” que o prelado considera museus “ao livre” na perspetiva do turismo religioso.

D. Jorge Ortiga recorda também a encíclica ‘Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum, do Papa Francisco, e acredita que o Bom Jesus pode ser um “espaço de referência, uma casa a ser cuidada e valorizada”.

“Queremos cuidar da mata do Bom Jesus, do lago e ainda criar um jardim bíblico. Queremos que a natureza fale da bondade de Cristo”, adianta.

Para o prelado, há razões para acreditar na elevação do Bom Jesus do Monte a Património Mundial pela UNESCO e frisa que o encargo é “honrar a memória” dos antepassados e permitir que as pessoas façam a experiência da “bondade de Deus”.

Segundo o arcebispo de Braga, o “ritmo frenético do dia-a-dia” faz com que, “amiúde”, as pessoas não tenham tempo para “pensar e, por vezes, tomem opções erradas”, outras ocasiões não conseguem “assimilar e discernir a sua vida com os olhos de Deus” e por isso criam-se “imagens equivocadas”.

“É por isso que Jesus deve entrar na vida das pessoas. Trata-se de uma profunda mudança de mentalidade: passar de um Deus longínquo, castigador, a exigir sacrifícios, para uma proclamação da Sua beleza num ambiente igualmente belo, como é o sacro monte do Bom Jesus”, desenvolve.

O título de basílica é concedido pela Santa Sé a algumas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de devoção e de peregrinações.

A palavra basílica, com origem nos termos gregos ‘basileus’ (rei) e ‘basilikos’ (real), era utilizada na Roma antiga para designar grandes edifícios de reunião.

O conjunto arquitetónico do Bom Jesus do Monte é considerado um «ex-líbris» da cidade de Braga; em 1373 já existia uma ermida dedicada à Santa Cruz.

O atual templo que remata o escadório, com as Capelas e Passos da Paixão, foi concluído em setembro em 1811, substituindo um antigo templo barroco que vinha do tempo de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728).

CB/OC

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