Voluntariado missionário: porquê partir?

A cada verão que passa, aumenta o número de jovens que querem partir como voluntários num projecto de missão, rumo a novos desafios no mundo lusófono. A vontade de encontrar povos e culturas solidárias, ajudar, dar e receber empurra muitos a fazer as malas e partir, recusando comodismos. Ana Pereira, leiga missionária em Angola de Fevereiro a Julho, explica ao programa “Igreja Lusófona” da Fundação Evangelização e Culturas (FEC) que a vontade de partir nasceu do contacto com um missionário e outras pessoas que partiram para África. “Queria sentir o que eles sentiam, o fascínio que ninguém sabia explicar, a atracção de viver num sítio onde as pessoas são felizes com muito pouco”. Após 8 meses em Moçambique, Cristina Cabeleira, voluntária num projecto de apoio para a educação básica da FEC, está prestes a partir para Angola. As suas razões não são muito diferentes, mas acrescenta à curiosidade de conhecer a África a vontade de contribuir para “o meu crescimento pessoal”. Sobre a opção pelo voluntariado, ambas concordam que “é uma questão de disponibilidade, de querer deixar-se tocar pelo outro”. Partir é uma opção individual, uma experiência muito pessoal. Em África, os voluntários sentem que o seu trabalho é mais reconhecido e apreciado pelas pessoas a quem se dirigem. Nas escolas, na saúde, na dignificação das mulheres ou formando profissionais nas mais diversas áreas, a presença dos voluntários é recebida de braços abertos. “Encontrámos países com uma grande ligação a Portugal, mas há uma cor, uma música, uma paisagem completamente arrebatadoras”, diz a Cristina. Ana Pereira assegura que “se não conhecermos África, mesmo como portugueses ficamos mais pobres, na compreensão de nós próprios e dos africanos que estão entre nós”. Ao contrário de quem parte no tempo de férias por 1 ou 2 meses, ambas tiveram de viver vários momentos menos bons, longe de casa, longe da família. “É preciso abrir-se às pessoas que estão junto de nós, que nos podem ensinar muito sobre o modo de olhar a vida”, afirma a Ana. A vontade de regressar é também muito forte, sobretudo pela certeza de que vale a pena partir. “A nível humano é uma lição de vida, que nos transforma, ajudando a ver o essencial”, acrescenta. “É uma aprendizagem fantástica, sobretudo pelo ritmo de vida, pela maneira de valorizar o tempo”, refere a Cristina. Leigos Missionários O desejo de partir, ao encontro de outros povos, outras culturas, e de apoiar o Desenvolvimento de populações carentes a muitos níveis, tem levado ao nascimento de um número crescente de entidades de voluntariado missionário que ultrapassam já as 40. Os Institutos Missionários ad gentes, as Congregações Associadas e a Fundação Evangelização e Culturas, em função do crescente entusiasmo de muitos leigos pelo trabalho missionário e as necessidades urgentes existentes, decidiram agrupar-se para promover e desenvolver o laicado missionário. Os Leigos Missionários são todos aqueles que, em ligação com uma das entidades associadas a este projecto, trabalham, pelo menos durante um ano, em projectos de cooperação ou evagelização com a Igreja Católica. Além desta disponibilidade essencial, os leigos deverão cumprir três requisitos base: terem mais de 21 anos de idade e disponibilidade para trabalhar com a Igreja em projectos concretos; serem Cristãos esclarecidos e empenhados no anúncio do Evangelho em qualquer lugar onde este seja necessário; serem profissionais competentes disponíveis para servir o desenvolvimento das populações locais. A FEC opera como Plataforma de ligação entre todas estas entidades pelo facto de lhe ter sido pedido que assumisse a função de Comunicação e Informação entre todas, bem como a promoção da Partilha e da Formação conjuntas. Obteve-se assim uma mais-valia que a partilha de vivências e aprendizagem mútuas conferem. Notícias relacionadas • Voluntariado missionário: uma experiência de verão para toda a vida

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