Itália: Papa rezou diante do Santo Sudário

Francisco deu continuidade a tradição de visitas papais à «relíquia» guardada na Catedral de Turim

Cidade do Vaticano, 20 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco visitou hoje a Catedral de Turim para um momento de oração do Santo Sudário, associando-se à ostensão pública que visa assinalar o segundo centenário do nascimento de São João Bosco, fundador dos Salesianos.

O ato de veneração decorreu na presença de religiosas de clausura, de sacerdotes das casas do clero da diocese, do capítulo dos cónegos, a Comissão do Sudário e membros da Conferência Episcopal Piemontesa e Valdostana.

Francisco sentou-se em silêncio durante vários minutos diante do Sudário, exposto ao público pela primeira vez nos últimos cinco anos, antes de se dirgir para junto dele, tocando-o e fazendo-o o sinal da cruz, retirando-se em seguida.

O Papa parou ainda junto do altar dedicado ao Beato Piergiorgio Frassati (1901-1925), na presença de familiares do leigo de Turim que se distinguiu nas Conferências de São Vicente de Paulo e na Ação Católica.

De regresso ao papamóvel, o pontífice argentino percorreu as ruas de Turim e desceu do veículo para saudar um grupo de idosos e doentes.

Francisco financiou duas peregrinações de sem-abrigo de Roma à ostensão do Santo Sudário, que se iniciou a 19 de abril, prevendo-se que 2 milhões de pessoas se desloquem ao local.

“Desejo que este ato de veneração nos ajude a todos a encontrar em Jesus Cristo o rosto misericordioso de Deus e a reconhecê-lo nos rostos dos nossos irmãos, especialmente os que mais sofrem”, disse Francisco, no dia em que se iniciou a ostensão.

Em março de 2013, o Papa gravou uma mensagem para a segunda exposição televisiva do Sudário, na qual sublinhou o alcance dos olhos do ressuscitado e fez lembrar todos os que sofrem.

“O Rosto do Sudário comunica uma grande paz; este Corpo torturado exprime uma soberana majestade. É como se deixasse transparecer uma energia refreada mas poderosa, é como se nos dissesse: tem confiança, não percas a esperança; a força do amor de Deus, a força do Ressuscitado tudo vence", referiu.

Mais de 2 milhões de peregrinos provenientes de todo o mundo estiveram diante do Sudário em 2010, ano em que esteve exposto ao público e recebeu a visita de Bento XVI.

O pano de linho com 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura foi submetido, em 1989, ao teste do carbono-14 em três laboratórios da Suíça, Estados Unidos e Reino Unido, cujos resultados datavam o tecido como sendo do período 1260 a 1390.

Em 20011, a agência italiana para as novas tecnologias e desenvolvimento sustentável (ENEA) anunciou as conclusões de um trabalho de cinco anos sobre a formação da imagem que se vê no Sudário, tentando a sua reprodução.

“A imagem dupla (frente e verso) de um homem flagelado e crucificado, pouco visível no pano de linho do Sudário de Turim, tem muitas características físicas e químicas (…) é impossível de obter em laboratório “, afirmaram os especialistas da ENEA.

O Centro Português de Sindonologia, associação cultural sem fins lucrativos dedicada ao estudo e divulgação do Santo Sudário de Turim, refere em comunicado enviado à Agência ECCLESIA que “a imagem tem atributos ímpares, tais como comportar-se como um negativo fotográfico e possuir codificação ‘3D’ só extraível por métodos de processamento informático de imagem existentes em finais do século XX”.

 Em 1998, durante um breve momento de veneração diante do Santo Sudário, São João Paulo II afirmou que o “Sudário é uma provocação à inteligência”, que requer “o empenho de cada homem, em particular do investigador, para captar com humildade a mensagem profunda enviada à sua razão e à sua vida”.

O Centro Televisivo do Vaticano colaborou na produção do mais recente documentário sobre este tema, ‘Sudário. História de um mistério”.

OC

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