«Laudato si»: Documento do Papa é mais do que uma encíclica verde

Oficial da Secretaria de Estado afirma a centralidade da teologia e da pessoa humana

Praga, 19 jun 2015 (Ecclesia) – O padre Osvaldo Neves de Almeida, da Secretaria de Estado do Vaticano, afirmou hoje que é “minimalista” classificar a ‘Laudato si’ como “encíclica verde”, porque a visão do Papa é “teológica” e “metafísica”.

“Se olharmos para a encíclica do ponto de vista da defesa da ecologia, é verde; mas um verde criado por Deus, no qual o homem tem um papel especial e no qual o homem pode colaborar par ao bem ou para o mal desse verde”, defendeu o oficial da Segunda Secção da Secretaria de Estado do Vaticano.

O padre Neves de Almeida, argentino de ascendência brasileira, falava no encontro promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa, que reúne em Praga respetivos responsáveis pelas relações com os media.

Para o oficial da Secretaria de Estado, “o Papa condena uma conceção do ambiente que exclui o homem”, considerando a pessoa humana “um fator fundamental”.

“O Papa dá uma visão da ecologia fortemente teológica e metafísica”, precisou.

Para o colaborador da Secretaria de Estado, a encíclica do Papa é um documento “pastoral”, “positivo” tem por objetivo suscitar “um novo estilo de vida”, que permita a compreensão do “valor de uma vida simples e sóbria”.

“Não é um documento de tipo político, não é endereçado sobretudo aos governos ou à política internacional, mas, como as cartas de São Paulo, quer suscitar uma conversão nos fiéis”, afirmou o padre Osvaldo Neves de Almeida.

“’Laudato si’ é um apelo a todos nós”, considera o sacerdote, para quem este a “plena continuidade” e a “comunhão” são outras caraterísticas da encíclica divulgada esta quinta-feira.

“É um documento de comunhão. Creio que é a primeira vez que há uma grande citação de documentos da conferência episcopal de todo o mundo”, considerou.

Para o sacerdote que trabalha no Vaticano, a encíclica ‘Laudato si’ revela “plena continuidade” com João Paulo II e Bento XVI.

O padre Neves de Almeida trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano há 23 anos, onde passam os documentos pontifícios com referências “à realidade política, social e económica”, para verificar “a exatidão de expressões técnicas e jurídicas”.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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