Igreja e mosteiro católico incendiados na Galileia
Igreja e mosteiro católico incendiados na Galileia
Lisboa, 19 jun 2015 (Ecclesia) – O padre beneditino Nicodemo, ordem religiosa responsável pelo Santuário de Tabgha, na Galileia, Israel, revela que a igreja não sofreu danos depois do incêndio na madrugada de quinta-feira mas o átrio exterior de acesso “está completamente destruído”.
“Não é o primeiro atentado deste género. Em Tabgha é o segundo ato violento”, contextualiza o sacerdote situado na costa noroeste do Mar da Galileia.
O monge beneditino explicou que um grupo não identificado provocou dois incêndios no santuário na madrugada desta quinta-feira: um na igreja e outro no mosteiro construídos no lugar onde Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes na Galileia, em Israel.
Para além do incêndio também foi escrito numa parede um texto de louvor que pede a “Deus para destruir os ídolos”, segundo uma notícia no sítio online do Patriarcado Latino de Jerusalém (PLJ) é recitada três vezes ao dia pelos judeus observantes ‘Aleinou LeShabeah’.
“Este novo evento não promove a paz entre as pessoas de todas as religiões”, adverte o patriarcado latino.
“Imagino que existam grupos fundamentalistas na sociedade israelita que lutam contra a democracia, contra a liberdade religiosa e contra a dignidade humana”, analisa, comentando que é um “facto novo, um “auge de violência contra os cristãos”.
Em entrevista à Rádio Vaticano, adiantou que também existe o oposto à “violência inacreditável” e dá conta de uma “grande solidariedade” gerada após o incêndio.
“Depois do atentado visitaram-nos muitos judeus, muçulmanos, cristãos e drusos. Podemos dizer que existe uma sociedade civil que condena estes comportamentos e estas violências contra lugares sagrados”, contou o padre Nicodemo.
O religioso recordou ainda que no “último dia” da visita do Papa Francisco à Terra Santa, em 2014, outra igreja dos beneditinos foi atacada.
Segundo o padre Nicodemo são vítimas de ataques e atentados “todos os dias”: “Cospem-nos na cara; são malcriados; vandalizam (escrevem) os nossos muros”.
“O nosso dever é estar aqui a rezar, ao serviço dos peregrinos”, acrescentou o religioso.
RV/CB