Presidente da Conferência Episcopal do Paquistão participa em procissão em Guimarães
Lisboa, 17 jun 2015 (Ecclesia) – A diretora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal explica o apoio aos cristãos perseguidos como forma de alertar e consciencializar a sociedade para as “200 milhões de pessoas” perseguidas e a importância do testemunho.
“É muito importante trazer alguém que está a viver uma situação de perseguição, a passar por esta dificuldade. É sempre uma oportunidade para nós portugueses estarmos mais atentos ao que efetivamente se passa porque, muitas vezes, estas notícias não passam no dia-a-dia”, contextualiza Catarina Martins sobre a presença do presidente da Conferência Episcopal do Paquistão em Portugal.
D. Joseph Coutts vai presidir à Eucaristia e procissão da Ronda da Lapinha, este domingo, em Guimarães, um percurso de 21 quilómetros, que passa por 14 freguesias, onde vão “pedir a intercessão a Nossa Senhora pelos cristãos perseguidos”.
“Tenho a certeza que quando regressar e contar este momento os cristãos que estão no Paquistão vão ficar com mais força, com mais coragem para continuar”, acrescenta a responsável à Agência ECCLESIA.
Catarina Martins exemplifica também que o Paquistão é um “país particular” de onde têm recebido, “quase diariamente”, informações de perseguição em particular pela “Lei da Blasfémia”.
“Há vários relatos de pessoas que dizem que quem ouve considera que está a ofender o profeta e como consequência é acusado e a lei vai desde a prisão, tortura e morte, há vários casos de requintes de malvadez”, acrescentou, observando que o Governo e a polícia não costumam intervir a população “enraivecida” acaba por fazer “linchamentos na praça pública”.
Neste contexto a presidente do conselho de administração da Fundação AIS recordou o caso de Ásia Bibi, a paquistanesa cristã “presa desde 2009, no corredor da morte, apenas porque bebeu água”, e atualmente espera uma análise do Supremo Tribunal do Paquistão.
“Quando um muçulmano é acusado de blasfémia, só ele tem de pagar as consequências dos seus atos, enquanto se o acusado for cristão, toda a comunidade é responsabilizada”, comentou D. Joseph Coutts, para quem esta situação torna-se “um rastilho de violência sobre todos os cristãos”.
Segundo Catarina Martins, a “situação é dramática”, nunca como hoje os cristãos foram tão perseguidos e a fundação pontifícia contabiliza “200 milhões de pessoas no mundo perseguidas porque são cristãs”.
Desta forma, as diversas iniciativas que a AIS promove e associa-se têm são momentos para “alertar, pedir que não se esqueçam e as suas orações”.
“Todas estas iniciativas são extremamente importantes porque cada vez que falamos mais alguém adere a esta iniciativa. Todos juntos vamos ser cada vez mais a falar desta situação porque é preciso darmos alertas e fazer alguma pressão para que os órgãos decisores, de cada país, possam agir por estes nossos irmãos”, assinala a interlocutora que destaca o concerto de solidariedade pelos cristãos perseguidos que estão a preparar.
HM/CB