6º Congresso nacional iniciou com apelos aos bem comum, solidariedade e pagamentos pontuais às empresas
Lisboa, 06 jun 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa pediu aos associados da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores que defendam a “dignidade da pessoa humana”, “o bem comum”, o “princípio da subsidiariedade e da solidariedade”.
“A dignidade da pessoa nunca é um meio. É à luz deste princípio que se formulam os restantes: o bem comum, o princípio da subsidiariedade e da solidariedade”, defendeu D. Manuel Clemente na abertura dos 6º Congresso Nacional da ACEGE, sob o tema «Uma Cultura de Gestão e Liderança à Luz do Amor ao Próximo», que decorreu esta sexta-feira, em Lisboa.
D. Manuel Clemente apelou a quatro princípios “permanentes a ter presente numa empresa, na sociedade, na universidade ou na vida política”.
A procura do bem comum, sublinhou o cardeal-patriarca na sua intervenção, “é um critério muito operativo e até de aferição” sobre o que se tem e o que falta.
O presidente da Associação apelou ao ministro da Economia, presente na sessão de abertura, para que o Estado não reconheça empresas que “não pagam pontualmente a outras empresas”, pedindo ainda que seja o próprio Estado a “reforçar o pagamento pontual”.
Segundo um estudo promovido pela ACEGE, 14 mil pessoas perdem por ano o emprego por causa de atraso nos pagamentos.
Aos presentes, António Pinto Leite pediu para levarem as empresas a aderir ao pagamento pontual, “não contribuindo para o flagelo que isto provoca”.
A Associação, referiu o presidente, “não serve para trocar interesses e cartões: este espaço é de Deus e é para Deus”, perseguindo a função de estar “no mundo empresarial, partilhando os valores cristãos com crentes e pessoas de outras religiões”.
António Pinto Leite pediu aos empresários para lutarem contra “a economia que mata” e contra as “organizações sem sensibilidade”, referindo o dever de equilíbrio entre a “vida familiar e profissional” e para uma verdadeira possibilidade de as mulheres “conciliarem o seu trabalho e a maternidade”.
“Que possamos tratar os mais novos como filhos e os mais velhos como pais e avós”.
O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou o ativo “insubstituível” que as pessoas são nas organizações e sublinhou que o Estado deve “assegurar as condições mínimas de dignidade às pessoas que governa”.
“As pessoas devem ser tratadas sem oportunismos políticos, nem como arma, por exemplo, em época de eleições como esta que estamos prestes a viver. É tarefa do Estado combater a pobreza, dar dignidade aos que precisam de serviços de saúde, educação e os que são mais idosos. Acredito que é um princípio que norteia todos os políticos, independentemente da sua origem”.
O 6º Congresso nacional da ACEGE termina este sábado na Universidade Católica Portuguesa.
LS