Procissões realizam-se ao domingo, nas diferentes dioceses de Portugal, pela terceira vez desde suspensão do feriado
Lisboa, 07 jun 2015 (Ecclesia) – O Pároco de Nossa Senhora de Fátima, responsável pela procissão do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em Lisboa, disse que esta festa “sublinha a centralidade da vida cristã” e não foi afetada pela suspensão do feriado.
“Na participação dos fiéis, a passagem do feriado não alterou a procissão”, consiera o padre Luís Alberto que destaca o trabalho de mobilização e informação para as pessoas “perceberem a passagem da festa para o domingo seguinte”.
A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, vulgarmente conhecida por Corpo de Deus, celebra-se, normalmente, 60 dias depois da Páscoa, na quinta-feira a seguir ao primeiro domingo depois do Pentecostes.
A celebração que se assinalava na quinta-feira depois depois do Domingo da Santíssima Trindade, como Dia Santo do Senhor, passou para a ser celebrada no domingo seguinte, este ano a 7 de junho, depois de estabelecido entre o Governo português e a Santa Sé que o feriado em dia de semana seria “suprimido temporariamente, por cinco anos”, ou seja até 2017.
“[Este ano] vamos ter uma surpresa. Convidamos de uma forma especial as escolas católicas da cidade e também as catequeses paroquiais para que as crianças integrem o cortejo”, revela o padre Luís Alberto.
O cardeal-patriarca, D. Manuel Clemente, preside à Eucaristia na Sé de Lisboa às 11h30 deste domingo.
Após a celebração o Santíssimo Sacramento é exposto para adoração, entre as 13h00 e as 16h00, e uma hora depois a Solene Procissão do Corpo de Deus vai percorrer diversas ruas da cidade até cerca das 18h30, terminando no Largo da Sé, com a tradicional bênção.
À Agência ECCLESIA, o sacerdote que coordena a organização da procissão há quatro anos revela que sente que o dia do Corpo de Cristo é “bem vivido pelos cristãos e é evangelizador” porque não se evangeliza “só quando” se fala explicitamente de Jesus mas pelo “testemunho que neste caso é uma presença orante”.
“Quando estamos no fim da procissão na Sé vemos muitas pessoas, não houve diminuição de participantes”, observa, recordando que ao longo do cortejo “são bastantes” as pessoas que nas janelas e varandas atiram flores, as que se ajoelham na rua e ainda identificam alguns olhares de pessoas que “são apanhadas de surpresa”.
Para o pároco de Nossa Senhora de Fátima “há um ambiente de oração” na Procissão do Corpo de Deus que “contrasta com a laicidade da cidade”, onde, frisa, destaca-se “o lado orante, não só o número” de participantes.
“Esta festa sublinha a centralidade da vida cristã que é o mistério da Eucaristia, o mistério da presença de Jesus sempre, todos os dias na vida de cada um de nós”, sublinha o padre Luís Alberto de Carvalho sobre a manifestação que nasceu na segunda metade do século XIII, com o Papa Urbano IV.
Existem registos da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em Lisboa que no século XVII a colocam como a “mais participada”, recorda.
Segundo o sacerdote, sobretudo depois do 25 de abril de 1974 existiram anos em que esta festa não se realizou, depois foi organizada por diferentes paróquias da cidade e desde que se “centrou” na baixa lisboeta faz o percurso “original”.
“Já pensamos em alargar o percurso porque às vezes ainda está a sair da Sé e já está a chegar a cabeça da procissão”, comenta ainda o pároco de Nossa Senhora de Fátima.
A procissão do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo realiza-se hoje nas dioceses de Portugal, decorrendo também em comunidades locais, em muitos casos em longos percursos embelezados por tapetes de flores.
LFS/CB/OC/PR