Salesianos: Um modelo educativo que conduz à «felicidade» e realização

Congregação celebra bicentenário do nascimento de São João Bosco

Lisboa, 19 mai 2015 (Ecclesia) – A Pia Sociedade de São Francisco de Sales – Congregação Salesiana – celebra o bicentenário do nascimento de São João Bosco (1815-2015), o fundador que aplicou à educação “elementos fundamentais” que ainda hoje conduzem os jovens à “felicidade”.

“Ofereceu o seu sistema preventivo com a amabilidade, proximidade, ambiente educativo, proposta de vida que se fundamenta na razão, na religião, e sobretudo a vontade de fazer crescer e encaminhar para Deus”, explicou o diretor da Escola Salesiana do Estoril.

À Agência ECCLESIA, o padre Tarcísio Morais recorda que São João Bosco viveu no século XIX, nasceu em 1815, e começou a aplicar metodologias pedagógicas contrárias ao “sistema repressivo” desse tempo com “um diálogo importante que era preciso realizar”, no contexto do processo de industrialização da cidade de Turim (Itália).

“D. Bosco foi alguém que com alegria, música, teatro, proximidade, desejo de instrução, no sentido profissional, foi capaz de oferecer um projeto de vida aos jovens. Deu a resposta educativa e evangelizadora que hoje é também um desafio”, adianta o sacerdote.

Um antigo aluno, João Fialho, é testemunha da aplicação do método educativo das escolas salesianas hoje depois de ter frequentado entre os três e os 15 anos estabelecimentos de ensino desta congregação que “marcaram” a sua personalidade.

“Depois passei para uma escola pública e ai conseguimos ver a diferença. Os educadores e os salesianos conseguem conhecer cada aluno, saber o nome, a história, os sonhos e os projetos através da disponibilidade, não dão só a matéria”, recordou o também membro do conselho do Movimento Juvenil Salesiano, para quem a “relação pessoal é importante”.

Por sua vez, Mónica Henriques, professora nas escolas salesianas de Lisboa, frisa esta disponibilidade “muito importante” de conhecerem os alunos para além da sala de aula.

“Quando falamos de escolas que passam dos dois mil alunos é muito importante sabermos quem é cada aluno. Tento saber e ir ao encontro de cada um”, revela a professora que tenta passar os “três grandes pilares” de São João Bosco – “razão, religião, amor”.

O padre Tarcísio Morais acrescenta que o trabalho dos salesianos é “transformar” os jovens em alguém com “perspetiva de vida” e destaca que a identificação “habitual” deste serviço é nas escolas mas trabalham noutros contextos, como centros juvenis, lares que acolhem rapazes de rua, paróquias e uma editora, para além dos restantes ramos que compõem a Família Salesiana.

O diretor da Escola Salesiana do Estoril assinala que o desafio é “sempre a educação”, que a identidade dos educandos “se transforme em identidade própria”, um modelo educativo que na opinião do sacerdote “sem dúvida” pode ser aplicado nas escolas públicas.

“Deixa marcas e acaba por moldar a nossa personalidade e a forma como nos integramos na sociedade”, comenta João Fialho que recordou uma experiência de voluntariado em Cabo Verde porque à uma altura em que “é preciso devolver” o que se recebeu na formação.

O padre Tarcísio Morais adianta que no contexto das celebrações do bicentenário do fundador da Pia Sociedade de São Francisco de Sales destaca-se esta sexta-feira a grande peregrinação das escolas salesianas a Fátima, com “cerca de sete mil crianças, adolescentes e jovens”; em agosto a peregrinação mundial de jovens aos lugares de D. Bosco na Itália e um congresso de pedagogia em setembro.

São João Bosco foi proclamado santo em 1934, pelo Papa Pio XI e São João Paulo II definiu-o como "pai e mestre da juventude”.

PR/CB

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top