UCP: Faculdade de Ciências Humanas debate novas perspetivas de «desenvolvimento humano»

Professora Ana Oliveira aponta a falta de «políticas que comprometam tanto a sociedade civil como os Estados»

Lisboa, 13 mai 2015 (Ecclesia) – A Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), vai acolher entre quinta e sexta-feira em Lisboa um seminário sobre novas estratégias de desenvolvimento global.

Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, a professora Ana Oliveira explica que a iniciativa “surgiu no âmbito do Ano Europeu para o Desenvolvimento”, que está a decorrer ao nível da União Europeia para “reforçar e refletir sobre os Objetivos do Milénio” (ODM).

Os ODM têm como principal propósito “a erradicação da pobreza à escala mundial” e lançar as bases para “um desenvolvimento mais harmonioso entre todos os Estados-membros”.

Entre eles, estão propósitos como “acabar com a fome e a miséria; ter educação básica e de qualidade para todos; e aumentar a qualidade de vida e o respeito pelo meio ambiente”.

15 anos depois, a visão da União Europeia sobre como combater a pobreza e a exclusão social está em debate e procuram-se para os próximos anos novas formas de “alcançar o desenvolvimento humano” ainda em falta.

É nesse sentido, realça Ana Oliveira, que a Faculdade de Ciências Humanas da UCP quer “partilhar práticas, estratégias, investigações que estejam empiricamente validadas” e que contribuam para a concretização das metas traçadas.

Apesar de, por exemplo, a pobreza extrema a nível global ter caído para metade, a fome continua a afetar uma em cada oito pessoas do planeta.

Num outro parâmetro, o da mortalidade infantil, verificaram-se progressos em relação às últimas décadas, no entanto em continentes como África e Ásia muitas crianças continuam a morrer de males curáveis.

Em 2012, na África Subsariana, uma em cada dez crianças ali nascidas não chegava a completar os cinco anos de idade.

Ana Oliveira defende que “houve pouco trabalho ainda sobre alguns dos ODM, embora não seja uma equação fácil”.

Em cima da mesa estão “problemas multidimensionais e complexos, que implicam uma intervenção muito integrada por parte dos Estados e um interesse claro neste sentido, o que nem sempre acontece, pois estão envolvidos Estados com perspetivas e políticas muito diferentes”

Para a mestre em Serviço Social, falta sobretudo “uma visão muito mais alargada do que é o desenvolvimento social e humano, e políticas claramente direcionadas neste sentido que comprometam tanto a sociedade civil como os próprios Estados”.

Sob o lema “Pensando o Futuro”, o seminário na Faculdade de Ciências Humanas da UCP vai contar com o contributo de oradores como Maria Joaquina Madeira, da Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal; Nuno Costa Jorge, do Serviço Jesuíta aos Refugiados; e Susana Réfega, da Fundação Fé e Cooperação.

JCP

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