Fátima: Transportar fé e sentimentos em palavras e imagens

Peregrinação internacional de maio começa hoje

Lisboa, 12 mai 2015 (Ecclesia) – Um jornalista, três fotógrafos e um câmara partilharam com a Agência ECCLESIA o seu testemunho e olhar sobre a missão de levar o Santuário de Fátima ao mundo através do trabalho “muitas vezes invisível e discreto”.

“Antes de mais possui-me o sentido da fé, um respeito profundo e a preocupação permanente de converter o acontecimento religioso vivo em acontecimento religioso televisivo. Uma das  minhas primeiras preocupações foi evitar o espetáculo do dolorismo que era exibido de forma desrespeitosa e humilhante”, revela o padre e jornalista António Rego, da TVI.

O sacerdote recorda que acompanha as grandes celebrações de maio e outubro em Fátima como jornalista há “mais de quatro décadas”, a maior parte das vezes como comentador.

“Apesar de não gostar da palavra – até parece que se trata de alguém que a frio faz análises sobre o que vê. Penso que se trata mais de ajudar aos que estão longe a participar na celebração. Fazer chegar a um ecrã único todo o calor duma multidão que vibra na Procissão das Velas ou participa na Eucaristia”, desenvolveu na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA.

O padre António Rego também realiza ou dirige transmissões televisivas de Fátima, um ato “religioso” que entende como “fascinante” e onde se coloca a “maior entrega” em condições “muitas vezes adversas”.

Humberto Magro, fotógrafo, entende Fátima como lugar “pleno de serenidade e místico”, de procura “incessante” de fé bem como um porto para todos que “procuram luz, harmonia e paz”.

Nesse sentido, revela que tenta dar uma imagem “mais intimista” de Fátima através das pessoas, as emoções, “a manifestação de religiosidade pessoal”, os pormenores e enquadramentos “diferentes do habitual”.

É um local de “emoções diferentes”, desde a “grandiosidade” da arquitetura do Recinto, das obras de arte e das cerimónias à “sensação de pequenez” de um local “místico” que oferece momentos “intimistas, espirituais e religiosos”.

O também fotógrafo Rui Miguel Pedrosa entende que mostrar Fátima através da fotografia “é desafiante”.

“É todo um ambiente único e especial, carregado de emoções extremas, da dor à felicidade. Procuro aproximar-me o mais possível, mas sempre tentando não perturbar”, conta o fotojornalista do jornal ‘Correio da Manhã’.

“Vêem-se coisas incríveis”, escreve ainda Rui Miguel Pedrosa que nas celebrações percorre o santuário à procura de uma forma “diferente de mostrar o que é inexplicável”.

Outro olhar, outra lente e filmar uma cerimónia em Fátima é sinónimo de “discrição”, confessa um dos operadores de vídeo da ECCLESIA.

“Ser cristão ajuda de certeza muito pois estamos mais abertos à compreensão de atos de fé dos outros, que por vezes em Fátima ultrapassam muito a nossa pequenez na coragem de expressão da nossa fé”, desenvolve Tiago Mendes.

Com Nossa Senhora como “figura principal” das transmissões, o profissional explica que é preciso “saber olhar” o fenómeno e captar numa linguagem visual “sem humilhar, nem expor” a privacidade de quem as realiza.

Arlindo Homem é fotógrafo profissional e destaca que um “brilho de luz” é o fator comum a 30 anos de serviço no Santuário de Fátima.

“Existe luz, cor e fé, todos os motivos para se fazerem belas fotos”, destaca o também colaborador da Agência ECCLESIA.

O fotógrafo enumerou ainda “algumas estratégias” para se fotografar no santuário, como: “Fé; pedir acreditação; chegar cedo; conhecer bem o guião das cerimónias e cumprir as normas estabelecidas.”

CB/OC

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