Comunicações Sociais: Igreja convida Media a «pensar a comunicação e a família»

Responsável pelo setor no episcopado português defende importância de recuperar «valores sociais e humanos»

Lisboa, 06 mai 2015 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais disse hoje que a família é o “referencial primeiro e pilar da sociedade”, pelo que os media a devem saber “ler e aprender”, em Lisboa.

Na apresentação da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015, D. Pio Alves sublinhou que Francisco não vem pedir que os jornalistas “sejam bonzinhos e deem uma boleia à família ou às convicções da Igreja sobre a família”.

“Na consolidação ou na recuperação de valores sociais e humanos fundamentais estará, a prazo, a consolidação ou a recuperação dos próprios media”, observou o responsável.

O bispo auxiliar do Porto admitiu que os jornalistas estão sujeitos a dificuldades como “a imposição do imediato, as pressas, a pressão dos números, a necessidade das vendas, a rentabilização dos investimentos, a insegurança dos postos de trabalho e tantos outros fatores empresariais”.

‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’ foi o tema escolhido pelo Papa e o prelado considera que, com “linguagem simples”, Francisco abre o livro do “dia-a-dia da vida familiar”.

Na intervenção, o responsável católico, referiu que a família “continua a afirmar-se” como referencial primeiro e pilar da sociedade, tanto por fatores positivos como pelo “afã com que é desconstruída”.

“A Igreja não reivindica para si o exclusivo da sua conceção. Assume-a na sua estrutural componente natural e explicita a sua integração nos planos de Deus”, acrescentou, dando como exemplo o Sínodo dos Bispos sobre a família, que destaca a “centralidade desta instituição”.

D. Pio Alves referiu que na proximidade da vida familiar se “aprende” o valor das pessoas através dos seus gestos, com as suas diferenças e na sua complementaridade e citou da mensagem: “A capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra.”

“A família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção”, escreveu também o Papa, e o prelado do Porto considera que o “mundo dos afetos” que integra a racionalidade “não menoriza” o ser humano mas expressa-o em “toda a sua insondável riqueza”.

Neste contexto, o responsável pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais observa que este “desenho está a milhas” do que pode ser a concretização de diferentes estatutos editoriais.

“É exatamente por isso que importa não o meter na gaveta. O possível está alcance de qualquer projeto vulgar; se queremos chegar mais longe, não podemos desistir do impossível”, concluiu D. Pio Alves.

O encontro com os jornalistas promovido pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja contou também com a intervenção de Paulo Nogueira, jornalista da SIC, na livraria Paulinas Multimédia, em Lisboa.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (17 de maio, em 2015).

CB/OC

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